A presidente da Concelhia do PS Porto Santo deixou, hoje, fortes críticas ao presidente da Câmara Municipal, considerando que o mesmo devia “sentir vergonha quando assume que quase meio milhão de euros não dá para comprar uma casa na ilha”.

Em nota enviada à imprensa, na data em que se assinala o Dia do Concelho, a socialista lembrou que Nuno Batista referiu-se ao primeiro valor de orçamento disponível, na ordem dos 400 mil euros, dizendo que atualmente este montante nem dá para comprar uma casa. Ora, para Nádia Melim, se os porto-santenses hoje se vêem impedidos de adquirir ou arrendar casa, isso deve-se à ausência de políticas de habitação – quer por parte da autarquia, quer do Governo Regional – que permitissem a construção de casas a preços acessíveis.

“Se a classe média e os jovens não conseguem ter casa própria, a culpa não é só da especulação imobiliária, é de quem tem estado a gerir os destinos da nossa ilha e que não foi capaz de apostar verdadeiramente neste setor. O resultado disso é o drama a que hoje assistimos”, afirma a também candidata à presidência da Câmara Municipal do Porto Santo, lembrando que os únicos fogos que foram feitos (ainda por entregar) só foram possíveis graças às verbas do Plano de Recuperação e Resiliência.

Por outro lado, Nádia Melim não deixa de responder às afirmações de Nuno Batista de que há obras que ainda não avançaram porque se encontram dependentes da existência de candidaturas, como é o caso do aumento lar de idosos.

Ao ataque, a socialista realça que se os concursos estão desertos, a culpa é precisamente da velha lógica do PSD de deixar tudo para o final do mandato. “Todos sabemos das dificuldades que existem em encontrar mão de obra disponível no Porto Santo, atendendo às especificidades da economia local, mas, mesmo assim, insistem em empurrar tudo para o fim do mandato, para parecer que estão a fazer obra. Depois é o que se vê, acabam por não ser capazes de cumprir as promessas feitas às pessoas”, refere.

Ao contrário do ‘modus operandi’ do PSD, que promete e não faz, Nádia Melim garante que se candidata com um projeto para executar ao longo dos quatro anos. “Quem não cumpre, sai”, dispara.

A candidata do PS à Câmara do Porto Santo aponta também o dedo à insistência do atual presidente em prosseguir com a chantagem e a falsa narrativa do PSD de culpar a oposição pelo atraso de obras fundamentais, na sequência da queda do Governo. “Na verdade, ao fim destes quatro anos de mandato, os porto-santenses viram poucos resultados da governação camarária. Isso quer dizer que esta Câmara não tinha projeto próprio e vive à boleia dos investimentos do Governo?”, questionou, em jeito de reparo.

A presidente da Concelhia do PS Porto Santo não deixou também de lamentar que o Governo se tenha feito representar no Dia do Concelho do Porto Santo pelo secretário regional do Turismo, Ambiente e Cultura, que há uma semana ofendeu, de forma inaceitável, duas deputadas e um deputado na Assembleia Legislativa da Madeira. “Estamos a falar de uma pessoa que, ao faltar ao respeito a deputados democraticamente eleitos, ofendeu o povo e, como tal, não tem ética nem moral para representar o Executivo numa data e cerimónia tão importantes”, aponta.

Nádia Melim aproveita ainda para felicitar todos os porto-santenses pela celebração dos 190 anos do concelho do Porto Santo.