O Presidente norte-americano, Donald Trump, admitiu hoje que estar a ponderar fornecer mais sistemas de mísseis de defesa aérea, conhecidos como Patriots, para a Ucrânia se proteger dos ataques russos.

"Talvez sim", sublinhou, em conferência de imprensa na Casa Branca, depois de questionado sobre a possibilidade de aumentar a presença de mísseis Patriot em território europeu.

Trump já tinha colocado esta possibilidade quando se encontrou com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Haia (Países Baixos), na quarta-feira, à margem da cimeira da NATO.

"Veremos se conseguimos disponibilizar alguns", destacou na conferência de imprensa, após ter sido questionado sobre o assunto.

As suas declarações também não deixam claro se propõe doar os Patriots à Ucrânia ou vendê-los a Kiev.

Foi Zelensky quem insistiu com Trump, durante o encontro em Haia, sobre a necessidade de Kiev adquirir estes sistemas de defesa aérea para proteger o seu território dos mísseis russos e quem chegou a propor a possibilidade de os dois países fabricarem drones em conjunto.

Os Patriot foram enviados para Kiev pela primeira vez durante a administração de Joe Biden (2021-2025) e com o apoio de vários aliados europeus.

Trump e Zelensky mantêm uma relação complicada após a acesa discussão durante a visita do presidente ucraniano à Casa Branca, no início deste ano.

A necessidade de terminar a guerra, dado o aumento dos ataques russos em território ucraniano, levou-os a chegar a um entendimento na tentativa de travar a ofensiva do presidente russo, Vladimir Putin.

As forças russas conseguiram vários avanços nos últimos meses no leste e nordeste da Ucrânia, concentrados principalmente na província de Donetsk, uma das quatro que foram anexadas em 2023 por Moscovo, uma medida não reconhecida internacionalmente que se somou à anexação em 2014 da península da Crimeia.

As reuniões realizadas a 16 de maio e 02 de junho na Turquia, as primeiras diretas entre Moscovo e Kiev sobre o desfecho do conflito desde a primavera de 2022, não resultaram em avanços significativos, mas cada parte apresentou, no início de junho, um memorando, uma espécie de plano ideal para chegar a um acordo de paz após mais de três anos de ofensiva russa em grande escala.

A Ucrânia continua a exigir que o exército russo se retire das cinco regiões que ocupa parcial ou totalmente, enquanto a Rússia quer que Kiev renuncie a aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e reconheça o seu controlo sobre esses territórios, condições que Kiev considera inaceitáveis.

Assim, nas últimas semanas, apenas ocorreram trocas de prisioneiros e de corpos de pessoas mortas na frente de batalha, principalmente soldados.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).