
O Presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu a sua política económica após ter lançado uma guerra tarifária, especialmente com a China, e insistiu que os atuais problemas económicos são um legado do Governo anterior do democrata Joe Biden.
"Os números que vimos não são de Trump, mas de Biden. Chegámos em janeiro, e esses são números trimestrais, e representam uma política à qual eu era radicalmente contra", disse o Presidente, numa entrevista à NBC.
Trump admitiu que o impacto da sua política tarifária poderia levar a preços mais altos para alguns produtos, mas insistiu, como fez esta semana, que o povo americano deve aceitar um certo grau de austeridade.
"Gasolina é milhares de vezes mais importante do que um carrinho de bebé. Você não precisa de ter 35 bonecas. Uma criança pode ter duas, três, quatro e poupar muito dinheiro. Não precisamos de alimentar a fera", enfatizou.
Trump insistiu que a economia melhorará gradualmente quando o impacto de curto prazo das suas decisões passar e negou que isso levará a uma recessão.
"Tudo vai ficar bem, e é verdade que tudo pode acontecer, mas acho que teremos a melhor economia da história do nosso país", acrescentou.
O Presidente dos Estados Unidos disse também que as "coisas boas" na economia americana são resultado das suas políticas, enquanto as "coisas más" são resultado das ações de seu antecessor, Joe Biden.
Enquanto os barómetros económicos mostram um nervosismo crescente, os indicadores oficiais permanecem contidos (4,2% de desemprego em abril, inflação de 2,3% em março, ligeiramente acima da meta do banco central dos EUA).
Em relação a Pequim, contra quem está em confronto ao impor uma sobretaxa de 145% sobre produtos "fabricados na China", disse que essencialmente romperam "as relações comerciais ao impor taxas alfandegárias tão altas", o que "não é um problema", acrescentou, garantindo que queria reduzir essas taxas alfandegárias "a um certo ponto".
Nesta entrevista, Donald Trump assegurou também que "não vai procurar" um terceiro mandato nas eleições de 2028 e apontou o seu vice-presidente, JD Vance, e o secretário de Estado, Marco Rubio, como possíveis sucessores.
"Há muita gente a vender o chapéu para 2028, mas não é isso que eu procuro. Quero ter quatro anos excelentes e passar o poder para alguém, um grande republicano, espero, que continue (...). Acho que quatro anos é tempo suficiente para fazer algo realmente espetacular", garantiu.