
O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse hoje que espera um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza "esta semana ou na próxima", após se ter reunido com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em Washington.
A declaração do líder da Casa Branca surge no mesmo dia em que o comandante das forças armadas israelitas, Eyal Zamir, assinalou que as operações militares na Faixa de Gaza "criaram as condições para fazer avançar um acordo".
Após receber Netanyahu na noite de terça-feira pela segunda vez em 24 horas, o Presidente norte-americano confirmou que a última reunião foi focada no conflito na Faixa de Gaza.
"Penso que temos opções [para um acordo] esta semana ou na próxima", declarou Donald Trump, ressalvando porém que "nada é definitivo".
O enviado especial dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, disse na terça-feira que o plano proposto por Washington inclui um cessar-fogo de 60 dias, bem como a libertação de dez reféns vivos e a devolução dos corpos de nove reféns mortos.
Durante os últimos dias de reuniões indiretas no Qatar entre as delegações israelita e do grupo extremista palestiniano Hamas, os pontos de desacordo foram reduzidos de quatro para apenas um, acrescentou Witkoff, sem dar mais detalhes.
Além da suspensão dos combates e da devolução de reféns, a proposta de acordo deverá envolver o reforço da ajuda humanitária no enclave e a libertação de prisioneiros palestinianos das cadeias de Israel.
O chefe das Forças de Defesa de Israel, Eyal Zamir, indicou que as tropas israelitas alcançaram "muitos resultados importantes e significativos" na Faixa de Gaza e que foram enfraquecidas seriamente as capacidades militares e governamentais do grupo islamita palestiniano Hamas.
"Graças ao poder operacional que gerámos, foram criadas as condições para fazer avançar um acordo para a libertação dos reféns", acrescentou.
A par das negociações e da reivindicação de progressos militares, o Exército israelita anunciou hoje a expansão das operações terrestres na região de Beit Hanun, no norte da Faixa de Gaza, após a morte de cinco soldados em combates com o Hamas.
Em meados de março, Israel violou o acordo anterior e relançou a ofensiva na Faixa de Gaza, que se intensificou nas últimas semanas.
Os pontos de discórdia constantes para um acordo entre Israel e Hamas estão relacionados com o fim da guerra por completo e a retirada das forças israelitas do território, por um lado, e a rendição e a extinção do grupo islamita, por outro.
Hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, indicou que Israel está pronto para negociar um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza depois de alcançar um acordo para uma trégua temporária com o grupo palestiniano.
O conflito foi desencadeado em 07 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas em solo israelita, que fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 57 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.