A segunda tentativa de homicídio contra Donald Trump na Flórida, no domingo à tarde, teve menos consequências, menos vítimas e causou menos alvoroço na imprensa norte-americana. Após o choque do momento, o próprio Trump terá levado o incidente com menor seriedade do que o ataque do passado dia 13 de julho. Segundo o jornal “New York Times”, o ex-Presidente dos Estados Unidos terá dito algumas piadas aos seus conselheiros e aliados políticos sobre o tiroteio, brincando com o facto de o seu jogo de golfe, que estaria a correr bem, ter sido interrompido.

Um republicano próximo de Trump, o congressista Ronny L. Jackson, que foi médico oficial da Casa Branca durante o mandato do republicano, revelou que contactou Trump após saber das notícias, e que o candidato às próximas presidenciais demonstrou não estar muito preocupado.

“Ele disse-me que fica sempre feliz quando fala comigo mas ficou contente por não precisar dos meus serviços”, comentou Jackson ao New York Times.

O congressista e médico estava com Trump quando o ex-Presidente foi atingido a tiro na orelha durante um comício em Butler, no Pensilvânia, ajudando a tratar do ferimento no local. Na altura, a tentativa de assassinato contra Trump fez um morto, além do atirador.

Jackson acrescentou que Trump, admitindo alguma preocupação, “disse que não acreditava no que tinha acontecido”. “Mas ele disse que está bem e que a sua equipa também está bem”, apontou.

O incidente ocorreu enquanto Donald Trump estava a jogar golfe no seu resort em Palm Beach, na Flórida, com um amigo e financiador, Steve Witkoff, por volta das 13h30 de domingo. Segundo confirmaram as autoridades policiais e a campanha de Trump, foram ouvidos vários disparos e o atirador acabou por conseguir escapar do recinto, tendo sido detido minutos mais tarde quando tentava fugir de carro.

À noite, o apresentador conservador Sean Hannity, da Fox News, uma presença assídua nos eventos de campanha do líder republicano, apontou que tinha conversado com Trump e contou como os Serviços Secretos “saltaram para cima do antigo Presidente para o proteger” e meteram-no num carro blindado.

Depois de regressar ao seu resort de luxo em Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida, Trump brincou com o ataque, mostrando-se desiludido por ter sido forçado a interromper um “bom” jogo de golfe.

A nova tentativa de assassinato contra o magnata ocorreu pouco mais de dois meses depois do ataque em Butler, que levantou muitas dúvidas sobre as medidas de segurança em redor dos candidatos à Presidência dos Estados Unidos. Desde então, nos seus comícios, Trump tem discursado atrás de uma espécie de caixa de vidro à prova de bala, para prevenir futuros ataques, aproveitando para mencionar a sua sobrevivência em discursos em que alega violência política por parte dos democratas — apesar de as autoridades terem revelado que o atirador estava registado como um eleitor republicano.

Pouco antes da meia-noite de domingo, Trump escreveu uma mensagem na sua rede social, a Truth Social, agradecendo o trabalho das autoridades, dos Serviços secretos e do xerife local.

Entretanto, o suspeito do mais recente ataque foi identificado como Ryan Wesley Routh, de 58 anos. Routh é um defensor acérrimo das forças armadas norte-americanas e da Ucrânia e, em 2023, explicou numa entrevista ao Times que tencionava combater contra a invasão russa e que queria convencer o Congresso a recrutar soldados afegãos para a sua causa.