Os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin conversaram, por telefone, esta quarta-feira. Foi o próprio presidente norte-americano quem comunicou ao mundo, e através da rede social Truth Social, o teor da “longa e produtiva” conversa com o homólogo russo. E há novidades.
“Discutimos a situação na Ucrânia, no Médio Oriente, a energia, a Inteligência Artificial, o dólar e outros asuntos”, revelou Trump.
A conversa foi, segundo o norte-americano, “longa e muito produtiva” e ambos concordaram em começar a negociar “imediatamente” a quetsão da guerra na Ucrânia.
“Concordámos em trabalhar em conjunto de forma muito próxima, incluindo visitarmo-nos nos nossos países”, anunciou Trump, garantindo que irá informar o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, da conversa tida hoje com Putin.
“Queremos acabar com os milhões de mortes relacionadas com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. O Presidente Putin até usou o meu poderoso slogan de campanha - ‘BOM SENSO’ - e ambos acreditamos fortemente nele”, elogiou o Presidente americano na sua publicação.
Da Rússia chega apenas a confirmação de que a conversa telefónica se realizou e que ambos - Trump e Putin - concordaram em “trabalhar juntos”, adianta a agência France Press citando o Kremlin.
A Trump, Putin terá dito que está disponível para "uma solução de longo termo" e através de “negociações de paz”.
Na mesma publicação, na rede social criada pelo próprio Donald Trump, o Presidente dos EUA deixa ainda uma palavra de “agradecimento a Putin” não só pelo “tempo dedicado” ao telefonema mas também pela libertação de Marc Fogel, o professor norte-americano detido em agosto de 2021 em Moscovo por ter entrado no país com canábis medicinal.
Depois de Putin, Trump conversou com Zelensky
O chefe de Estado norte-americano sempre defendeu que a invasão russa da Ucrânia não se teria iniciado se ele, Donald Trump, estivesse na Casa Branca e, inclusive, antes de regressar à Presidência dos EUA tinha assegurado ser capaz de pôr fim ao conflito com apenas uma chamada a Putin e a Zelensky.
E hoje parece ter sido o dia desses contactos.
Logo após ter conversado com Putin, Trump falou, também por telefone, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante cerca de uma hora.
“Tive uma conversa importante com o Presidente norte-americano. Conversámos sobre oportunidades para alcançar a paz, discutimos a nossa disponibilidade para trabalhar juntos, e as capacidades tecnológicas da Ucrânia — incluindo drones e outras indústrias avançadas. Sou grato ao Presidente Trump pelo seu interesse no que podemos realizar juntos”, escreveu Zelensky num post partilhado na rede social X.
O Presindente ucraniano reitera que “ninguém quer a paz mais do que a Ucrânia” e em conjunto com os EUA, acrescenta, estamos a alinhas os próximos passos para deter a agressão russa e garantir uma paz duradoura" no pais.
“Como disse o Presidente Trump, vamos a isso!”, termina Zelensky, referindo que acordaram ainda manter contacto e agendar reuniões futuras.
“Hoje é o 1.º dia do processo de paz na Ucrânia”
Numa primeira reação aos desenvolvimentos desta quarta-feira, 12 de fevereiro, o comentador SIC José Milhazes fala num dia importante, o “primeiro dia do processo de paz na Ucrânia”.
A “conversa entre Putin e Trump promete muito”. Prova disso é o facto de ter durado cerca de uma hora e meia e de terem sido falados “muitos assuntos”.
“Mas o senhor Trump desconsiderou Zelensky, que lhe pediu que não falasse com Putin antes de falar com ele, mas Trump achou por bem fazer o contrário. E Putin apresentou a Trump o ponto de vista russo (…). Resta saber quem é que irá pagar por esta velha amizade. Ao que tudo indica, a Europa e, claro, a Ucrânia”, disse José Milhazes.
Mas, avisa, o que aí vem não vai ser fácil para a Ucrânia e para a Europa.
“Espero conversações difícieis e onde a Ucrânia será obrigada a assinar o acordo que for estabelecido entre Washington e a Rússia”, quanto à União Europeia não entra nestas contas, mas entrará, avisa Milhazes, "quando tiver que pagar a fatura".
[Notícia atualizada às 19h23]