
O velório do fotojornalista Eduardo Gageiro, que morreu esta quarta-feira, em Lisboa, aos 90 anos, realiza-se na quinta-feira, a partir das 18:00, na Academia Recreativa Musical de Sacavém, disse à agência Lusa fonte próxima da família.
O funeral será na sexta-feira, às 11:00, no Cemitério de Sacavém, concelho de Loures.
Fotografou os cenários do 25 de Abril de 1974
Eduardo Gageiro, que nasceu em Sacavém, em 1935, deixa um vasto arquivo de uma obra de décadas que ilustra realidades políticas, sociais e culturais do país, modos de vida e personalidades diversas, num registo histórico desde a década de 1950 até à atualidade.
Durante a ditadura, captou imagens das condições de pobreza em que vivia grande parte da população portuguesa, tendo tido vários episódios de confronto com as autoridades da época, chegando a ser preso pela PIDE, polícia política, por causa das imagens 'inconvenientes' ao regime.
Empregado de escritório na Fábrica de Loiça de Sacavém, entre 1947 e 1957, "conviveu diariamente com pintores, escultores e operários fabris, que o influenciaram na sua decisão de fazer fotojornalismo", lê-se na biografia disponível no seu 'site'.
Primeira publicação aos 12 anos
Gageiro publicou a sua primeira fotografia aos 12 anos no Diário de Notícias, "com honras de primeira página", iniciando a atividade de repórter no Diário Ilustrado em 1957.
Ao longo da carreira trabalhou para as revistas O Século Ilustrado, Eva, Almanaque, Match Magazine, foi correspondente da agência Associated Press (AP) em Portugal, editor da revista Sábado e manteve uma longa atividade como 'freelancer'.
Eduardo Gageiro foi condecorado como comendador daOrdem do Infante D. Henrique e cavaleiro da Ordem de Leopoldo II, da Bélgica.
Entre as distinções da sua carreira, conta-se o World Press Photo em 1975, por uma imagem de António de Spínola, na clarividência da derrota iminente, com a passagem da História.