A manifestação foi liderada por Yulia Navalny, juntamente com outras figuras da oposição russa, como Ilia Yashin e Vladimir Kara-Murza, e aconteceu um dia depois do confronto verbal na Casa Branca entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump.

Além de palavras de ordem que criticavam o Presidente russo, Vladimir Putin, e a invasão russa da Ucrânia, alguns manifestantes tinham cartazes que criticavam o Presidente norte-americano.

Na sexta-feira, na Sala Oval da Casa Branca, Trump e o seu vice-presidente, JD Vance, acusaram o líder ucraniano de não estar grato pela ajuda norte-americana e de recusar conversações de paz.

O confronto levou o Presidente ucraniano a abandonar prematuramente a Casa Branca, sem assinar o acordo previsto sobre minerais.

No final da manifestação, Yulia Navalnaya agradeceu a todos os que participaram e disse aos apoiantes: "Não devemos desistir, não devemos capitular".

"Alexei sempre disse que não devemos perder a coragem - e estas palavras são importantes, especialmente agora, quando parece haver muito pouca esperança", acrescentou.

Alexei Navalny, que morreu no ano passado numa prisão no Ártico, foi declarado "extremista" pelo regime russo. Na Rússia, qualquer pessoa que mencione Alexei Navalny ou a sua fundação anti-corrupção sem especificar que são "extremistas" é passível de uma multa e de uma pena de prisão até quatro anos, em caso de reincidência.

Depois de ter evitado a ribalta enquanto Alexei Navalny era vivo, Yulia Navalnaya retomou a causa do marido e discursou em reuniões internacionais, nomeadamente na Conferência de Segurança de Munique, realizada na Alemanha em fevereiro.

Ilia Yashin e Vladimir Kara-Murza, que participaram hoje em Berlim na manifestação, faziam parte de um contingente de prisioneiros libertados no ano passado no âmbito de uma vasta troca de prisioneiros entre a Rússia e os países ocidentais, vivendo no exílio desde então.

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