
A 25 de abril comemora-se o Dia da Liberdade, mas, na noite desta sexta-feira, a revolução promovida por Carlos Carvalhal ao intervalo, quando efetuou três substituições, não resultou no objetivo definido pelo treinador bracarense para o encontro: a vitória; ficou-se por um empate, ou seja, a meio do caminho. E assim o cravo teve espinhos para os Guerreiros do Minho.
Contas feitas, fica o SC Braga à mercê do FC Porto no terceiro lugar, do qual pode ser despejado este sábado em caso de vitória dos portistas na Amadora.
O jogo começou praticamente com um golo. Após uma visita à rua da asneira de Uros Racic, que fez um passe para trás completamente despropositado, Paulo Oliveira comete infração sobre Simon Elisor dentro da área. Primeiro, o árbitro assinalou falta, mas após revisão do VAR a decisão foi revertida (e bem) para penálti. Justin de Haas inaugurou o marcador e quem apostou que, daí em diante, se assistiria a uma libertação da festa do golo, enganou-se redondamente.
Com os dois conjuntos esquematizados em 4x2x3x1, a pressão exercida pelos dois homens do meio-campo famalicense abafava muito o futebol arsenalista e foi pelos extremos do ataque que os bracarenses começaram a dar ténues sinais de perigo, mas os remates eram inofensivos
No sentido inverso, em termos defensivos, Fran Navarro pressionava muito pouco a saída de bola da equipa orientada por Hugo Oliveira e permitia jogadas limpas aos da casa. À beira do intervalo, Elisor fica cara a cara com Hornicek mas não consegue bater o checo e na recarga Sorriso fecha a cara aos adeptos da casa e atira muito por cima.
Após o intervalo, com as alterações já referidas, o jogo mudou completamente de cariz, muito por culpa de Roger Fernandes, que rendeu um apagado Gharbi e começou a pintar quadros.
O SC Braga começava a dar mostras de inversão no rumo dos acontecimentos e aos 54 minutos coloca as mãos de Carevic em fogo. Pouco depois, pela hora de jogo, Carvalhal tenta dar ainda maior agressividade ao ataque ao colocar em campo El Ouazzani em detrimento de Fran Navarro. O marroquino haveria de ficar ligado à história do jogo, mas já lá vamos…
Aos 71 golo anulado por fora de jogo a Robson Bambu, cuja entrada tinha permitido aos bracarenses subirem muito a sua linha defensiva e a fortaleza famalicense ameaçava ruir…
E a resistência acabou dos da casa acabou mesmo por cair, pois após uma jogada pela extrema direita dos bracarenses — ironias históricas dos destino — centro para o coração da área, Rodrigo Pinheiro atrapalha-se e introduz a bola na própria baliza.
Empurrados pela enorme falange de apoio vinda de Braga, os arsenalistas acreditaram e a mudança por completo no jogo fica perto de acontecer. O final foi digno de filme de Hitchcock: aos 87 Ricardo Horta falha clamorosamente para o SC Braga; na resposta Sejk obriga Hornicek a enorme defesa e no último suspiro bracarense, centro da esquerda e El Ouazzani não consegue empurrar para golo.
Em dia marcado pela palavra fraternidade, ficou um empate e um ponto para cada, embora o encontro não tenha sido completamente amigável…
O Famalicão falhou o recorde de cinco vitórias consecutivas em casa mas deixou boas indicações para o futuro e a Europa está ao virar de duas esquinas — leia-se Santa Clara e V. Guimarães — mas adiante se verá se terá argumentos para suplantar tais obstáculos.