Frederico Varandas falou aos jornalistas no final do Rio Ave-Sporting (1-2), duelo que confirmou o apuramento dos leões para a final da Taça de Portugal. Em declarações no final do encontro em Paços de Ferreira, o líder do clube deixou inúmeros elogios ao compromisso que os jogadores têm tido durante esta temporada, para além de salientar também a inteligência de Rui Borges em adaptar-se a um plantel que herdou. Antes de terminar a sua intervenção com apenas uma pergunta por parte da comunicação social, Frederico Varandas deixou ainda um apelo aos adeptos do Sporting, seguindo um pouco a linha do que o clube tem vindo a fazer nas últimas semanas nas redes sociais.

"Após qualificar-nos para mais uma final, gostaria de dar uma palavra aos meus jogadores e equipa técnica. No ano passado, o Sporting fez uma das melhores épocas da história, mas tenho de confessar que nesta há uma coisa que superou em relação à anterior: a minha admiração por eles por tudo o que têm feito num dos anos mais duros e difíceis - e imprevisíveis que aconteceu no Sporting muito bem preparado e organizado para esta época. Para além das saídas, a perda de Nuno Santos, do Pote, lesões graves, depois em janeiro quando se falava que tínhamos de nos readaptar ao novo treinador, fomos buscar um guarda-redes, um extremo. Falava-se que era possível ir buscar laterais porque a ideia deste treinador não era igual ao anterior. Demos resposta, o treinador confiou no Fresneda, que surge e apareceu e afinal não era preciso lateral direito", começou por dizer o líder dos sportinguistas.

E continuou: "Em fevereiro, assim de repente, perdemos quatro médios. Morita, com uma lesão muscular, Morten, com uma entorse, Bragança para a época, João Simões com uma fratura, estamos a falar de duas cirurgias, e de repente sem um único médio. Se fizermos um ligeiro e rápido exercício, nos últimos dois meses, o Sporting só por uma vez teve dois médios disponíveis para jogo. Teve três jogos em que não teve um único médio disponível. Não há Bragança, Morita, Simões, Morten durante um mês e o Pote, que também pode jogar no meio, também não jogou. Chegámos a ter 9, 10 ou 11 jogadores indisponíveis. Com tudo isto que vos disse, o Sporting entra hoje a quatro jornadas do fim apurado para a final da Taça. Quando se compete a 70% das capacidades e lideramos o campeonato nacional, perdemos por duas vezes essa liderança e por duas vezes fomos buscá-la, temos o melhor ataque, a melhor defesa, temos o melhor marcador do campeonato, eu tenho que dizer que, aconteça o que acontecer, que não consigo ter mais admiração por estes jogadores. São coisas que só estes jogadores sabem. O Trincão, que partiu a mão na primeira parte do jogo com o Santa Clara, deveria ter saído, mas não saiu. Porque o Trincão sabe que a equipa precisa dele. O Morten ainda está a jogar com duas pequenas lesões. Perdemos o Viktor durante um mês e algumas semanas esteve a jogar de forma que ninguém perceberia, jogava lesionado. São episódios atrás de episódios. Jogadores a tentar matar etapas de recuperação, como é o caso do Nuno Santos, que se está a matar porque ainda tem o sonho de chegar à final da Taça, mas não vai dar. O Pote que está a tentar fazer uma pré-época em duas semanas... Tenho de reconhecer que, perante todas estas adversidades, é de realçar esta cultura desportiva que temos. Um dia a lamentar-nos é um dia perdido na vida e neste clube reage-se à adversidade a lutar e estes jogadores têm lutado de uma forma que eu não consigo sequer falar. Podemos ter tido melhores épocas, mas não consigo arranjar paralelo com o que se passa. Também temos um treinador que sabemos exatamente qual é a sua ideia de jogo e ele, inteligentemente, adapta-se. Ele não tem três, não tem dois, não tem um. Jogar com jogadores como os que tivemos de jogar, Felícissimo, José Silva, Alexandre Brito, Cauê, Lucas Anjos... estamos a falar de uma equipa principal e o Sporting jogou com 37 jogadores. Eu estou no futebol desde 2007 e não tenho memória de algo assim. O Sporting de há poucas épocas para cá nestes momentos caía. Este Sporting não só não cai como se agarra lá na frente. Não é um milagre. A segunda palavra é para os adeptos do Sporting porque os nossos jogadores vão ter de continuar a jogar lesionados e acreditem que pesa muito ter uma multidão atrás, seja nas ruas, nos autocarros, nas chegadas aos estádios, em campos adversários... vocês nem imaginam a força que dá aos nossos jogadores. Aos nossos adeptos, ajudem, empurrem os nossos jogadores, lutem com eles, levantem-nos quando for preciso, lutem como campeões nacionais porque eles lutam como campeões nacionais."

Rui Borges vai continuar na próxima temporada?

"Só peço aos nossos adeptos para darem tudo o que têm porque estes jogadores vão dar tudo o que têm até ao fim", terminou.