A breve passagem de Pierre-Emerick Aubameyang pelo Barcelona, entre janeiro e setembro de 2022, ficou marcada por um momento que, até hoje, o jogador não esquece. Em agosto desse ano, o avançado encontrava-se dentro de casa com a família quando um grupo, formado por várias assaltantes, conseguiu saltar os muros do jardim e roubar joias, ameaçando, com armas de fogo e barras de ferro, todos os presentes. Agora, em entrevista ao 'The Athletic', o gabonês recordou o 'pesadelo', que garante que até hoje traumatiza os filhos.

"O meu filho mais velho veio a correr até mim e disse-me 'papá, estão uns homens cá em casa'. Entraram pela parte de fora, onde a minha mulher estava a fumar com a prima e o namorado. Levaram o namorado e entraram em casa. A minha mulher só gritava. Estavam armados com uma pistola. Foi aí que consegui vê-los. Eram quatro ou cinco. Um deles, o que tinha a arma, disse-me 'baixa-te'. Lembro-me de ter respondido 'não, não, diz-me o que queres'", começou por relatar o dianteiro, de 35 anos, que atualmente representa o Al Qadsiah, da Arábia Saudita.

E prosseguiu: "Avisaram-me que se fizesse algo de errado, podia acontecer algo com eles [família]. Dei-lhes o que me pediram. A partir daí, os meus filhos diziam-me 'pai, não quero ir para a escola, tenho medo que aconteça alguma coisa'. Durante um ano, o mais pequeno não conseguia dormir sozinho. Foram muitas noites assim, sem dormir, só a pensar naquela merda. Tens alguns pesadelos. Cada vez que os miúdos estão sozinhos, têm medo. Ainda tenho aquela casa, mas não voltei lá desde então. Acredito que vou começar a alugá-la porque os meus filhos não querem regressar a Barcelona", rematou.

Aubameyang revelou ainda que "poderia ter procurado a ajuda de um psicólogo", mas estava "tão perdido" que decidiu não o fazer.