Começar esta crónica pelo minuto 50 não é engano, caro leitor. É, apenas e só, o sublinhado… do que ainda não foi escrito: a primeira parte não deixou saudades a ninguém.

Se tivermos em linha de conta que Carlos Eduardo não se esticou o suficiente para corresponder ao cruzamento de João Marques (7), que Rafael Brito apresentou-se com a mira desafinada (10’ e 35’), e que Larrazabal acertou na malha pelo lado de fora, após assistência de Henrique Pereira (23’), estamos conversados relativamente à tranquilidade vivida por Patrick Sequeira e Andrew até ao descanso.

Não se pense, porém, que a etapa complementar foi espetacular. De todo! Foi apenas (um pouco) mais intensa. Os artistas perceberam que a desinspiração não os levaria a lado nenhum e regressaram dos balneários com uma postura (ligeiramente) mais ousada.

E para que houvesse alguma vida nos segundos 45 minutos, em muito contribuiu a entrada forte do Casa Pia. Num lance decidido por duas cabeças – a que teve Andrian Kraev e a que faltou a Andrew (que saída tão desajustada dos postes…) -, os da casa abriram o ativo, com o médio búlgaro a antecipar-se ao guarda-redes brasileiro.

Estava definitivamente colocada à prova a capacidade de reação do Gil Vicente, não só por estrear um novo treinador – José Pedro Pinto -, mas também porque o risco da quinta derrota consecutiva passava a ser demasiado sério.

A desvantagem podia ter dado aso a uma alteração de estratégia, com os minhotos a preferirem um jogo de posse em detrimento das transições, mas tal não aconteceu. A equipa manteve-se fiel ao plano, com prejuízo evidente para as duas unidades mais criativas do coletivo, Fujimoto e Félix Correia. O extremo ainda tentou, mas Patrick Sequeira fez-lhe a mancha (58’). E apenas Sandro Cruz, já nos descontos, voltou a dar prova de vida dos gilistas, mas o tiro saiu ao lado.

Nessa fase, e com o conforto da vantagem, os casapianos foram adultos. Não arriscaram em demasia – Cauê dos Santos podia (e devia) ter sentenciado o encontro (64’) e Korede Osundina viu um golo ser-lhe (bem) anulado por braço na bola – e tiveram a maturidade necessária para controlar e garantir os três pontos que lhes permitem segurar o 6.º lugar.

A bicada do ganso reforçou a ferida (já bem) aberta nos galos, que terão de restabelecer-se o quanto antes para evitarem aflições ainda maiores na reta final do campeonato.

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