O Gil Vicente recebe, esta segunda-feira, o Famalicão no Estádio Cidade de Barcelos (20h15). Numa sequência de três derrotas consecutivas, o técnico dos gilistas, Bruno Pinheiro começou por frisar a importância do "fator casa" nestes períodos, esperando dar a volta a um registo menos positivo. 

"Esperamos um jogo difícil frente ao Famalicão, onde queremos aproveitar o fator casa, depois do encontro com o Sp. Braga. Esperamos que os adeptos nos possam ajudar nessa vitória", realçou o treinador dos galos, de 48 anos, salientando também a importância de "sair vitorioso de mais um dérbi" minhoto.

Ainda existe a tranquilidade inerente ao grupo nesta sequência de derrotas? 
"Não podemos confundir a tranquilidade com preocupação. Obviamente, sinto-me preocupado, porque pessoalmente considero que as boas equipas, mesmo nas fases menos boas, acabam sempre por pontuar. Nós, mesmo jogando bem, temos dificuldade em sair com a vitória. Portanto, sinto-me tranquilo pelo trabalho realizado, mas essa serenidade não quer dizer que não esteja preocupado com os resultados. Ainda agora em Braga, não posso apontar nada aos jogadores a jogar com menos um jogador. Estamos numa fase em que as bolas batem no adversário ou num jogador nosso e entram. É o que é, são coisas que não controlamos. Acho que é a forma de fazer as coisas, não adianta estar noutro estado de espírito, preparamo-nos imenso para estar nos jogos como em Braga. Ou no Estoril, em que fizemos 3 golos fora de jogo e, depois, de forma legal, não fizemos os golos. A forma como nos apresentamos é que interessa e aí tenho de estar tranquilo. Espero que amanhã [segunda-feira] nos apresentemos bem e consigamos casar a exibição com o resultado. Aqui sim, está mais difícil."

Tem sido feito algum trabalho mental específico com os jogadores por causa desta falta de eficácia?
"Isso trabalha-se semanalmente, mesmo quando não estamos a falhar. Há sempre treino de finalização. Agora, obviamente que não se consegue reproduzir a pressão de um jogo em treino. Mas não iria por aí, tem sido uma infelicidade aqui ou ali, não tem a ver com falta de pontaria, mas sim uma bola que vai ao poste, um desvio, e isso é o que faz a diferença. Agora, o que é passado para os jogadores é que acreditem na ideia, o que acho que está a acontecer, porque realmente fazem o que é pedido nos jogos. Eu acho que eles acreditam nas ideias. Sabemos que muitas vezes somos desafiados a mostrar a nossa força e teremos que a demonstrar amanhã."

O Famalicão tem sido instável a nível de resultados, é possível tirar partido disso? 
"Esperemos que sim, o Famalicão tem pontuado nestes últimos jogos. Acredito que tenha uma tranquilidade diferente da nossa, o Famalicão tem muita qualidade individual e um treinador que está há menos tempos e à procura de conciliar a qualidade individual com a coletiva. A qualidade irá aparecer, tal como aconteceu conosco. Esperamos um adversário de grande qualidade."

O João Marques ainda não se estreou, há alguma perspetiva disso?
"O João tem um potencial enorme, por isso é que o Sp. Braga pagou os valores que pagou por ele. Agora, a nossa forma de jogar implica um período de adaptação. Acho que se está a adaptar, não lhe vou dizer se terá oportunidade amanhã ou não, até porque temos um Fujimoto com grande qualidade, que marca muitos golos e cria muitas oportunidades. Não tem um adversário direto muito fácil, mas acredito que a oportunidade chegará."