
Houve luz(es) e, para o Estoril, houve também câmara e ação. Depois do apagão europeu, os canarinhos nem tão pouco precisaram de levar lanterna para Rio Maior. Bastou uma revisão no eletricista para se certificarem que os máximos da viatura conduzida por Ian Cathro estavam a funcionar e, quando houve estrada para andar, o conjunto da Linha mudou a posição do manómetro, acionou a luz azul no painel de bordo, fez o pisca e consumou a ultrapassagem. O triunfo diante do Casa Pia permitiu ao Estoril subir ao 8.º lugar da classificação, por troca, precisamente, com o seu adversário desta 31.ª jornada.
Os gansos até entraram melhor e fizeram por merecer a vantagem. Especialmente no lance em que Henrique Pereira tirou Joel Robles do caminho (15’) e, com tudo para marcar, acabou por permitir a (fantástica) recuperação do guarda-redes espanhol, que impediu o golo ao extremo português.
E quem não marca, já se sabe… sofre: passe à João Carvalho e Yanis Begraoui, depois de ganhar as costas ao último reduto contrário, atirou a contar. O golo fez bem ao Estoril e André Lacximicant podia ter aumentado, mas falhou nas medidas (26’).
A formação casapiana não estava (naturalmente) satisfeita e Larrazabal deu o mote para o que se seguiria: o empate. Penálti de Wagner Pina sobre Jérémy Livolant (muito contestado pelos forasteiros) e Cassiano, da marca dos 11 metros, não perdoou. Um empate que poderia ser desfeito já na compensação da primeira parte, mas André Lacximicant viu o seu golo (bem) invalidado por ter beneficiado de uma posição irregular na altura do remate.
Estava tudo em aberto para a etapa complementar, mas tudo se desmoronou, na ótica do Casa Pia, com a expulsão de Jérémy Livolant logo aos 48 minutos. A partir desse momento, o Estoril – que perdeu Wagner Pina e Jordan Holsgrove para a receção ao Benfica (ambos vão cumprir castigo) - dominou, mas Cassiano ainda ameaçou (51’).
Daí para a frente houve dedo estratégico de Ian Cathro. Com João Carvalho a coordenar todos os movimentos ofensivos, Pedro Carvalho e Gonçalo Costa deram profundidade aos corredores e Alejandro Marqués (também) entrou para… faturar. Com o vencedor encontrado, ainda houve tempo para João Carvalho sentenciar o desafio e consumar o regresso do Estoril às vitórias - o Casa Pia somou o quarto jogo sem vencer, igualou o pior ciclo da época e ainda não foi desta que chegou ao recorde de pontos na Liga.
As notas dos jogadores do Casa Pia:
Patrick Sequeira (5), João Goulart (5), José Fonte (5), Leonardo Lelo (5), Larrazabal (6), Iyad Mohamed (5), Pablo Roberto (5), Fahem Benaissa (5), Jérémy Livolant (3), Cassiano (6), Henrique Pereira (5), Miguel Sousa (5), Korede Osundina (5), Tiago Dias (-), Cauê dos Santos (-) e Renato Nhaga (-).
As notas dos jogadores do Estoril:
Joel Robles (6), Kévin Boma (6), Felix Bacher (6), Pedro Álvaro (5), Wagner Pina (4), Jordan Holsgrove (6), Vinícius Zanocelo (6), Pedro Amaral (6), João Carvalho (7), André Lacximicant (6), Yanis Begraoui (6), Pedro Carvalho (6), Gonçalo Costa (6), Alejandro Marqués (6), Rafik Guitane (5) e Jandro Orellana (-).
As reações dos treinadores
João Pereira (Casa Pia)
A minha equipa tem mérito por cria, mas isto é futebol e acabámos por sofrer. A expulsão é justa, mas tem de haver mais critério. Tornou-se muito difícil jogar com menos um jogador. O resultado é muito enganador. Vamos a Arouca para dar uma resposta.
Ian Cathro (Estoril)
Entrámos bem e talvez depois do golo tenhamos demonstrado alguma ansiedade. Na segunda parte voltámos a ser nós e percebemos que mesmo com 10 o Casa Pia é muito competitivo. Tivemos controlo, domínio e acabámos por marcar mais dois golos e vencer.