No frio e vento da Amoreira, que nesta noite de domingo atraiu menos adeptos do que o habitual, defrontaram-se duas equipas que, além da proximidade geográfica, chegaram a este jogo ainda mais próximas (ou literalmente sobrepostas) a nível de pontos somados na Liga Portugal Betclic. Foi a visitante que se conseguiu soltar, ao conquistar o seu primeiro triunfo neste terreno.
Falamos da visita do Casa Pia, então 11º classificado com 14 pontos (agora 9º com 17), a um Estoril Praia, 12º, que somava a mesma pontuação e até o mesmo registo nas primeiras 13 jornadas: três vitórias, cinco empates e cinco derrotas. Em comum tinham ainda o facto de estarem a viver um ressurgimento em reação a um mau arranque, mas também o nome de Cassiano que, no regresso a um estádio que tão bem conhece, aproveitou um erro fatal para matar o jogo.
O encaixe perfeito
Os acima referidos dados pré-jogo já faziam prever um jogo equilibrado, sem favoritos, e eis que o pontapé de saída trouxe rapidamente a confirmação do prognóstico. O baixo ritmo, o medo de errar e o encaixe perfeito do 3-4-3 apresentado por ambos os treinadores foram só mais alguns dos fatores a contribuir para que canários e gansos se comportassem como siameses.
Esse equilíbrio e proximidade nunca foi superado de forma nenhuma na primeira parte, em que a falta de urgência no futebol das duas formações levou o jogo a arrefecer, deixando a bancada e a tribuna de imprensa perto da hipotermia.
O calor só apareceu em dois fugazes momentos nesses primeiros 45 minutos do jogo - um para cada um dos lados, pois só assim podia ser. Primeiro junto à baliza de Patrick Sequeira, que foi contornado por Marqués e imediatamente salvo pelo importantíssimo corte de João Goulart; depois na outra ponta, quando o livre de Leonardo Lelo forçou Joel Robles à sua primeira defesa.
No desequilíbrio, no erro e na lei do ex
Só no regresso ao relvado para o segundo tempo é que pela primeira vez vimos uma equipa a tentar (e a conseguir) acabar com o equilíbrio no jogo. Que o diga Cassiano, que teve duas boas ocasiões para marcar logo no arranque, mas principalmente Livolant, cuja mudança de velocidade permitiu-lhe entrar de rompante na área e servir o golo de Telasco Segovia.
O que se seguiu, aos 63 minutos de jogo, acabou logo com a discussão do mesmo. Um completo desastre de Robles, que depois de receber um atraso tentou driblar Cassiano e rapidamente se apercebeu da dimensão do erro cometido. O corte do ponta de lança brasileiro, que aqui pela primeira vez reencontrou a antiga equipa, foi também o toque necessário para assinar o 0-2.
Seguiu-se uma reação da equipa da casa, comandada por Ian Cathro, mas o lance partilhado por Marqués e Holsgrove não deu em nada (embora tenha passado muito perto) e a entrada de Begraoui, por mais que tenha colocado um elemento mais caótico no jogo, não surtiu efeito. No fim, foram os homens de João Pereira que ficaram com os três pontos, de forma merecida.