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Aí está a primeira vitória de Anselmi na Liga Portugal Betclic, a primeira do FC Porto, também para a Liga, em 2025 e num dia recheado de simbolismo. Os dragões não ganhavam para o campeonato desde o dia 28 de dezembro, dia de aniversário de Pinto da Costa, e regressaram aos triunfos um dia depois da morte do ex-presidente portista. O triunfo foi justo, mas sofrido e terminou com uma má notícia, a lesão de Vasco Sousa.
Vontade e querer, são duas coisas que dificilmente alguém pode apontar aos jogadores do FC Porto, mas isso, nem sempre é suficiente. À equipa de Anselmi faltou velocidade, no início da partida, rapidez nos processos e até alguma simplicidade. Os portistas tiveram uns minutos iniciais presos à ideia de atacar e o Farense ficou confortável.
Com uma linha de três defesas bem coesa e ainda com dois médios a apoiar os caminhos interiores que o FC Porto tentar abrir, os leões de Faro seguraram o ímpeto portista com muita segurança e solidariedade.
A ideia esteve lá
O FC Porto não escondeu a forma como quis jogar contra o Farense. Deniz Gul substituiu Samu e trouxe ao jogo do FC Porto mais mobilidade sem bola. Os defesas do Farense, em especial Artur Jorge, caíram várias vezes nas movimentações do avançado e os portistas ficaram com a zona central mais disponível para jogar.
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Fábio Vieira e Pepê tiveram a capacidade de aparecer com perigo na área de Ricardo Velho, quase sempre pela zona central, mas a ideia de ficar com a melhor solução para finalizar travou os portistas de arriscarem. Os azuis-e-brancos exageram no ataque apoiado, foram lentos a decidir e o Farense ganhou mais confiança a defender.
À medida que o tempo passou, os homens de Tozé Marreco compreenderam melhor o jogo do FC Porto e souberam colocar em sentido os dragões com vários contra-ataques venenosos, mesmo que não tenham conseguido um remate enquadrado com a baliza de Diogo Costa. Rony Lopes, Marco Matias e principalmente Yusupha correram muito durante a primeira parte e obrigaram a defesa portista a arriscar menos.
O laboratório de Anselmi
Se a primeira parte revelou um FC Porto com a identidade de Anselmi bem vincada, o segundo tempo começou com uma revelação: a forma de bater bolas paradas.
Logo nos primeiros minutos, Francisco Moura apareceu na pequena área, numa zona pouco comum para o lateral, e correspondeu de cabeça a um livre lateral de Fábio Vieira e colocou os portistas em vantagem. O marcador ganhou alguma justiça e o desafio ficou mais aberto.
O Farense subiu linhas; Tozé Marreco fez substituições para conseguir chegar à baliza dos dragões, mas também deixou mais espaço no setor recuado. Ainda assim, os algarvios tiveram a capacidade de tirar alguma bola ao FC Porto, mas os homens de Anselmi conseguiram andar mais agrupados e rapidamente souberam pegar na batuta do jogo.
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O FC Porto ficou mais confortável com espaço para jogar, mas faltou rapidez e destreza de pensamento para decidir com objetividade. Quando teve essa capacidade os dragões estiveram muito perto de dilatar o marcador: Fábio Vieira acertou no poste e na recarga, Rodrigo Mora falhou de baliza aberta.
Jogo até ao fim
Os dragões não conseguiram arrumar com o encontro e o Farense fez subir dúvidas quanto ao vencedor, com um forcing nos minutos finais.
Sem a frescura inicial, a defesa do FC Porto ficou mais desconcentrada e os avançados da equipa de Tozé Marreco acreditaram no empate. Rui Costa deu a primeira ameaça, mas foi o golpe de cabeça de Cláudio Falcão que obrigou Diogo Costa a uma defesa enorme.
O Farense subiu os níveis de intensidade nos duelos e levou a incerteza do resultado para os últimos minutos. Aí, o FC Porto soube elevar a concentração e voltar às vitórias.
Péssimo notícia para os portistas e para Anselmi, em particular, foi a lesão de Vasco Sousa. As imagens televisivas revelaram uma brutalidade enorme, tal como a cara dos seus colegas.
Com este triunfo, os dragões reduzem distância para o Sporting, depois do líder da Liga ter perdido pontos em casa, após o empate com o Arouca.