Uma 1ª parte que deixou muito a desejar deu meio jogo de avanço e a reação encarnada na 2ª, embora positiva, acabou por ser insuficiente. O Benfica fez pela vitória, mas acabou mesmo por ficar-se por um nulo, que sabe a pouco, com o Bologna.

O jogo era de elevada importância para as ambições de ambas as equipas na Liga dos Campeões. Do lado encarnado, Bruno Lage promovia apenas uma alteração no onze inicial, com o regresso de Kokçu à titularidade. Por sua vez, no Bologna, o técnico Vincenzo Italiano promovia uma autêntica revolução no onze inicial, com sete novidades. Era um duelo inédito entre as duas formações.

Soube a pouco

Ainda a bola estava a saborear o relvado da Luz há pouquíssimo tempo e o Benfica já mostrava para o que vinha. Entrando a pressionar alto, o que criou claras dificuldades ao Bologna na construção, os encarnados chegaram ao golo, por Pavlidis, logo aos 2', mas o grego estava adiantado e o lance foi anulado. Contudo, com o tempo foi-se notando uma mudança de atitude das águias, que passaram a mostrar-se mais pacientes com bola - para chamar a pressão italiana - e a defender mais baixo, dando cada vez mais a iniciativa ao Bologna.

1ª parte deixou a desejar @Kapta+
Inicialmente, o Bologna claramente queria ser rápido nos processos e vertical - procurando a velocidade de Urbanski e Illing, nas alas -, mas aceitou o «convite» do Benfica para ter mais bola. Mesmo assim, notava-se que bastava o Benfica pressionar - agora mais a espaços e zonal - ou acelerar o jogo e causava dificuldades ao adversário. Contudo, os comandados de Lage estavam algo moles com bola e iam passando a imagem que podiam dar bem mais face ao que iam recebendo do outro lado - Bologna foi pouco, ou nada, perigoso com bola.

Com o ritmo bastante baixo, o Benfica mudou o chip nos minutos finais da 1ª parte e a diferença foi notória. Com as diagonais de Aktukorglu, um meio campo mais ativo e Carreras chamado a jogo na esquerda, a equipa cresceu e mostrou uma cara bem mais atrativa e perigosa. Aos 43', fruto de uma jogada bem construída pela esquerda, com direito a cruzamento de Carreras, Di María esteve perto do golo, na melhor ocasião até então, mas Skorupski esteve bem.

Chegou tarde

Percebendo que a imagem deixada na 1ª parte estava longe da desejada, Lage mudou um pouco a abordagem pós intervalo e vimos um Benfica a assumir devidamente o jogo. Pressão mais alta, mais vontade de ter bola e um meio campo bem mais ativo na ligação (e mais subido). Isto libertou os laterais do Benfica, agilizou o miolo e fez com que o ataque ficasse mais imprevisível. Do nada, parecia outra equipa e os avisos começavam a surgir, com destaque para um remate à barra de Bah, aos 59', após incursão na direita.

Benfica cresceu na 2ª parte @Kapta+
Sem o mesmo espaço para ter bola, e com a sua pressão homem a homem bem mais dificultada pela maior distância entre jogadores do Benfica, o Bologna passou a ter bem mais dificuldades, embora o jogo estivesse mais partido e propício à verticalidade. Perante isto, ambos os técnicos tentaram munir a equipa de armas mais velozes - Italiano fez mesmo quatro mexidas de uma vez, aos 73' -, com Lage a apostar em Amdouni e Beste.

Estava o jogo perfeito para os alas encarnados e o espaço começou a surgir entre linhas. Di María começou a ter espaço para servir os colegas, Amdouni trouxe novas pilhas e Beste acrescentou pernas a Carreras. A equipa soltava-se aos poucos e foi testando Skorupski, que ia estando bem entre os postes. Percebendo que o Bologna estava crescentemente desconfortável, Lage continuou a meter mudanças acima e colocou em jogo Arthur Cabral. O Benfica já só atacava.

Os minutos finais foram de autêntico sufoco para o Bologna, que viu o Benfica atacar com tudo e todos, mas o conjunto italiano, matreiro, como uma equipa do seu país, soube defender-se, baixando linhas, e acabou mesmo por roubar dois pontos na Luz e de lá sair com um nulo. Soube a pouco para o Benfica.