Ivo Oliveira (UAE Emirates) considerou, este domingo, como «especial» o seu segundo título de campeão nacional de fundo, após ao impor-se no sprint em Ourém, no final dos 179,3 km da prova masculina dos Nacionais de ciclismo.

Apesar de ter caído nos quilómetros iniciais, Ivo, de 28 anos, ainda conseguiu repetir o triunfo de 2023, em Mogadouro, ao completar os 179,3 km do percurso que teve partida e chegada em Ourém em 4.23,02h, impondo-se nos derradeiros metros a Pedro Silva (Anicolor-Tien21) que com ele partilhara e resistira na decisiva fuga.

«Esta é muito especial. A verdade é que quando caí com dois ou três quilómetros de corrida, vi-me bastante dorido, todo raspado do lado direito. No início nem pensei que me ia levantar, Fiquei abalado, levantei-me e retomei o pelotão», foi contando Ivo sobre os problemas físicos que sentiu para chegar ao segundo título luso.

«Fiz um bluff enorme para o Pedro não me deixar. Disse ao meu diretor que já tinha dificuldade só em ir na roda. Mas ele disse-me: ‘Acredita, tu vais ganhar’. E, felizmente, consegui», continuou a revelar.

«Quando caí aos dois quilómetros, nunca pensei que ia chegar aqui e ganhar a corrida. Esperava que o meu irmão [Rui Oliveira] ou o António [Morgado] viessem ter comigo, mas a corrida desenrolou-se de outra forma. Entrei na fuga, quase todas as equipas tinham dois corredores e começou a andar muito bem».

«Comecei a ter cãibras e disse ao meu diretor que ia tentar o pódio porque quase não conseguia pedalar, mas ele disse-me para acreditar. Consegui ir na roda do Pedro Silva e do João Medeiros na última volta e tive de ser muito frio. Não ia arrancar porque sabia que tinha o sprint mais forte. Sprintei com muitas cãibras, mas é uma arma minha e ainda bem que a deixei para o final», concluiu o campeão

João Medeiros (Credibom-LA Alumínios-MarcosCar) cruzou a meta na terceira posição, mas viria a ser desclassificado, por «impulso irregular após problemas técnicos», segundo a organização.

O terceiro degrau do pódio foi assim atribuído a Diogo Gonçalves (Feirense-Beeceler), depois de ter sido o primeiro do grupo perseguidor, a 1.33 km do novo campeão.

A prova de fundo dos Campeonatos Nacionais de Ciclismo teve início sob forte calor, com os termómetros a ultrapassarem os 40º C, e desde cedo se verificaram ataques na frente do pelotão.

Nos quilómetros iniciais um grupo de 11 corredores encetou uma fuga, que, a 65 km do fim, tinha uma vantagem de 1.30m, acabando por ser anulada.

Na última volta, um trio composto por Ivo Oliveira, Pedro Silva e João Medeiros ganhou vantagem, numa ofensiva iniciada a cerca de 18 km da meta.

Com alguns problemas mecânicos, João Medeiros resistiu na frente até à última subida, onde perdeu o contacto com a dupla da frente.

Nos derradeiros metros, Ivo Oliveira superiorizou-se a Pedro Silva no sprint, para arrebatar o título nacional de fundo pela segunda ocasião após a vitória em 2023. Sucede a Rui Costa no palmarés da prova de fundo dos Nacionais de estrada.

A prova contou com 52 ciclistas e encerrou os Nacionais de de estrada, em Ourém, dois dias depois de a prova de contrarrelógio ter sido disputada em Alvaiázere, onde António Morgado (UAE Emirates) revalidou o título.