
O encontro entre John Isner e Nicolas Mahut, em 2010, ficou na história de Wimbledon e há bons motivos para isso. O americano, então número 19 do mundo, pensou que o francês, número 148 do ranking mundial, seria um adversário acessível para começar Wimbledon. Mas o que ele não sabia, ao realizar o primeiro serviço em 22 de junho, era que iria disputar a partida mais longa da história do ténis. Até hoje, esse recorde permanece intacto, e uma placa no complexo de Wimbledon relembra essa partida sensacional.
A partida entre o longilíneo Isner e o francês vindo da qualificação, Mahut, começou às 18h13, como previsto. No entanto, por se realizar no court 18, a escuridão que se aproximava atrapalhou os planos. Às 21h07, a partida foi suspensa antes do início do quinto set. Ambos os jogadores já se tinham defrontado por quase três horas, resultando num empate a 2 sets. O terceiro e o quarto sets terminaram ambos em tiebreak.
Na quarta-feira, 23 de junho, o encontro foi retomado às 14h05 e o recorde da partida mais longa de sempre foi quebrado às 18h45, mas o fim ainda estava longe de se avistar. As regras então em vigor ditavam que só haveria um vencedor quando um dos jogadores conseguisse uma vantagem de dois jogos no último set. Com o resultado em 59-59 às 21h09 dessa noite, o árbitro teve que intervir pela segunda vez e adiar novamente o embate.
A partida mais longa de sempre
Na quinta-feira, 24 de junho, o desfecho finalmente aconteceu. Às 15h40, Isner e Mahut entraram no court pela terceira vez para a partida que havia começado na terça-feira. Pouco mais de uma hora depois, às 16h47, a maratona extrema finalmente terminou. Só o último set durou 8 horas e 11 minutos, terminando com uma vitória de 70-68 (!) para Isner. Ele e Mahut foram imediatamente chamados ao marcador para tirar uma foto histórica. Os dois tenistas e o árbitro foram imortalizados em frente ao relógio parado.
No total, o encontro mais longo de sempre durou 11 horas e 5 minutos. Esse recorde ainda não foi quebrado e dificilmente será.
Recordes e novas regras
A partida ficou conhecida como 'duelo interminável' e, devido à sua duração bizarra, Isner e Mahut quebraram vários recordes. Por exemplo, ambos realizaram mais de 100 ases. Desde 2022, existe uma nova regra para evitar tais pesadelos organizacionais. Com 6-6 no último set, há agora sempre um tiebreak de dez pontos. Por isso, Isner-Mahut carregará para sempre o recorde da partida mais longa de sempre num Grand Slam.
Andy Roddick tratou da comida
Andy Roddick também desempenhou um pequeno papel na partida histórica. O americano ajudou o seu compatriota Isner nos intervalos, tratando da comida. Ele providenciou três caixas de pizza, vários tipos de frango e puré de batata. Isner disse mais tarde que estava com tanta fome que «poderia ter comido 12 Big Mac». Tanto Isner como Mahut mal dormiram nas duas noites entre os jogos.
Placar avariado
O icónico placar verde mal conseguia lidar com os números impressionantes no court 18. Com o resultado parcial de 47-47, as pontuações pararam e o ecrã ficou temporariamente preto. Os programadores tiveram que admitir que o placar só estava programado para ir até 47-47. Durante a noite, foram feitos reparos para garantir que os números históricos pudessem ser registados.
Repetição um ano depois
Curiosamente, Isner e Mahut foram, por pura coincidência, novamente sorteados um contra o outro na primeira ronda de Wimbledon um ano depois. Os fãs esperavam uma repetição da partida mais longa de sempre, mas ficaram 'desiludidos': Isner venceu 'facilmente' o francês por 3-0. O relógio parou em menos de três horas.
Mahut em Wimbledon 2025
Acredite ou não, Mahut, aos 43 anos, ainda participa em Wimbledon em 2025. Quinze anos depois de entrar para a história, joga em pares masculinos com o seu compatriota Quentin Halys. Já não poderá encontrar John Isner, pois o americano de 40 anos retirou-se do ténis profissional.