
Shane Devon Tamura conduziu mais de 3.580 quilómetros entre Las Vegas e Nova Iorque, estacionou o BMW preto em que seguia à porta do edifício 345 Park Avenue, no centro de Manhattan, Nova Iorque, pouco antes das 18H30 de segunda-feira, e saiu com uma carabina M4 na mão. No carro deixava um revólver e medicação. Ninguém o travou e a desgraça veio a confirmar-se: entrou no arranha-céus a disparar, matando logo um polícia e outras duas pessoas, dirigiu-se ao elevador, deixou sair uma senhora que aí se encontrava, subiu ao 43.º andar e viria a descer novamente até ao 33.º (onde está a imobiliária Rudin Management), onde assassinaria outra pessoa, suicidando-se de seguida.
A história está a chocar os Estados Unidos e aos poucos vão-se conhecendo mais contornos. Tamura, de 27 anos, jogou futebol americano na juventude e tinha um historial de doenças mentais, acusando mesmo a NFL de ser responsável por uma das patologias diagnosticadas: Encefalopatia Traumática Crónica. O edifício onde entrou alberga os escritórios da NFL no 5.º andar, mas Tamura não entrou lá, mas consigo levava uma carta de despedida "rabiscada em três páginas", como detalha a CNN, na qual se lia: "O futebol americano provocou-me ETC e fez-me beber litros de anticoagulantes". Na mesma nota de suicídio, o homem nascido no Hawai mencionava Terry Long - jogador de futebol americano dos Pittsburgh Steelers diagnosticado com ETC e que se suicidou em 2005 - e sublinhava: "Não podes competir na NFL, esmagam-te". "Por favor, estudem o meu cérebro", pedia.
"Perdemos quatro vidas num novo ato de violência sem sentido", lamentou Eric Adams, presidente da Câmara de Nova Iorque, numa conferência de imprensa, no final da noite (esta madrugada em Lisboa).