Fernando Gomes vai-se despedir em breve da presidência da Federação Portuguesa de Futebol, cargo que ocupa desde 2011.
Fernando Gomes falou aos jornalistas antes do desafio entre Portugal e Croácia, o último jogo da seleção principal com o dirigente a liderar a Federação Portuguesa de Futebol:
«Não se pode dizer que seja uma despedida. Vamos continuar a acompanhar a Seleção, a ser fãs incondicionais. Despedida meramente da presidência da FPF após três mandatos. Creio que ao fim destes 13 anos e daquilo que fizemos na promoção do futebol português só podemos estar relaxados. É o último jogo que a Seleção disputa neste período, sem deixar de referir que ainda temos a qualificação da seleção feminina para conquistar. Além das outras seleções, os sub-19 no futsal, a seleção feminina de futsal e o Mundial… Esta Seleção já está apurada para os quartos de final da Liga das Nações, estando pela segunda vez consecutiva num apuramento direto. Satisfação muito grande por termos feito o que tem sido palpável no futebol português».
Fernando Gomes comentou que se lembra muito bem da primeira partida enquanto líder da FPF:
«Recordo-me perfeitamente do primeiro jogo: 28 de fevereiro de 2012, inauguração do estádio de Varsóvia, um Polónia-Portugal (0-0). Se perspetivava ao fim destes 13 anos tantas alegrias, sinceramente tinha algumas dúvidas. Já tínhamos tido seleções fantásticas, a chamada geração de ouro, em 2004 a final de um Europeu em casa, a meia-final de 2000, a meia-final de 2006… Estávamos com aquele sentimento de ficar muito próximo. Sonhávamos poder conquistar um dia e, felizmente, a 10 de julho de 2016, tivemos a felicidade de ver o Éder marcar aquele golo e dar-nos o primeiro título de campeão europeu».
O dirigente falou sobre o legado que deixa:
«O legado cumpre às outras pessoas avaliarem o que fizemos. Olhando objetivamente para uma federação e para os resultados, não há dúvida que tivemos conquistas extremamente importantes. Europeu de sub-17, Europeu sub-16, duas vezes campeão do Mundo de futsal, duas vezes campeão do Mundo de futebol de praia… O Euro 2016 e a Liga das Nações em 2019 nunca serão esquecidos e, nessa perspetiva, pode ser um legado imenso. Gostaria de ter conquistado o título de sub-21, foi pena em 2015 e 2021. A Seleção sub-21 tem feito um trabalho fantástico e fica essa pequena mágoa. A maior parte dos jovens que chegam à Seleção A passaram por lá. Essa pequena não conquista gostaria de ter visto, mas podemos estar felizes. São as outras pessoas que devem avaliar».