
A viagem de Diogo Jota, de carro, por Espanha, tem explicação por ter sido operado recentemente a uma lesão pulmonar, que desaconselha viagens de avião por, pelo menos, 6 semanas.
O fisioterapeuta respiratório que acompanhou o jogador em Portugal, Miguel Gonçalves, explicou o processo, que começou em Liverpool, e ia lá continuar na próxima semana. «Ele é operado em Liverpool. Tem uma lesão pulmonar, um pneumotórax, um alojamento de ar entre o pulmão e a pleura, para que esse pneumotórax não seja recorrente. Faz uma espécie de colagem entre a pleura e o pulmão, em Liverpool, e vem para Portugal passar as suas férias e até casar [a 22 de junho], também de barco e de carro, há cerca de 3 semanas», contou na RTP3.
«Veio de barco e veio de carro porque tem indicação médica de não poder andar de avião, pela pressão da cabine do avião, que pode provocar um descolamento. A cirurgia era muito recente e que qualquer alteração de pressão podia prejudicar a sua recuperação e o sucesso da mesma», explicou Miguel Gonçalves.
«Não é aconselhado andar de avião nas primeiras seis semanas pós-cirurgia. Portanto, o Diogo veio de barco e de carro para o Porto e iria fazer, pelos mesmos meios, a viagem de volta por Santander para o sul da Inglaterra, para depois se apresentar na segunda-feira, em Liverpool, para ser avaliado pelo Departamento Médico», acrescentou.
Risco pela Seleção
O fisioterapeuta confirmou que Jota só quis ser operado depois da Liga das Nações, que Portugal acabou por vencer a 8 de junho, ao bater a Espanha na final. «Ele tinha essa indicação de ser operado, mas opta por ser operado apenas a seguir à Liga das Nações, porque uma grande paixão dele era representar a Seleção Nacional. Tinha o feeling que Portugal iria ganhar, e acabou por ganhar, o seu feeling estava correto. Ele não queria deixar de fazer parte e não queria deixar de dar o seu contributo ao seu país nesta competição, escolhendo ser operado a seguir sem nenhum prejuízo evidente para a sua saúde. Ele estava estável, mas havia sempre o risco de uma recidiva do pneumotórax. Ele sabia os riscos e que depois e que a sua recuperação ia ser bem-sucedida, como foi», concluiu.
Miguel Gonçalves explicou ainda que Diogo Jota iniciou então a recuperação pulmonar, com os exercícios necessários, no tempo em que esteve em Portugal: «Uma recuperação que exige exercícios de expansão pulmonar, trabalhar um pouco aquele pulmão que foi operado. Ele começou ainda antes de regressar a Liverpool, era um profissional de mão cheia, um jovem dedicado à sua arte. Ele estava com muita vontade de regressar a Liverpool já com 80 ou 90% da sua recuperação para começar a pré-época, neste caso, o mais estável possível.»