O selecionador Francisco Neto defendeu que a convocatória divulgada esta segunda-feira para os jogos decisivos da seleção feminina com a República Checa assenta na "estabilidade" de um grupo que tem vindo a trabalhar junto há algum tempo, justificando uma lista alargada de 26 jogadoras com o facto de Ana Seiça e Ana Dias irem disputar a final do campeonato mexicano pelo Tigres, no primeiro dia do estágio.

"Acima de tudo sentimos que seria importante trazer mais uma jogadora, fruto do que é o equilíbrio e as nossas necessidades. Ana Seiça e Ana Dias vão integrar a equipa muito mais tarde, por isso faz sentido termos mais jogadoras. É a estabilidade de um grupo que tem vindo a trabalhar. As jogadoras que nos conhecem e a nossa ideia, o que torna mais fácil a preparação do jogo", assumiu.

Sobre a chamada de Jéssica Silva, uma das mais experientes jogadoras nacionais, o selecionador diz que "é mais uma jogadora que aporta qualidade". "Temos seis avançadas, todas nos dão coisas diferentes. Cabe-nos estabelecer a melhor estratégia. É sempre importante ter todas as jogadoras disponíveis", referiu.

O encontro com a República Checa, da primeira mão do segundo playoff, vai ser disputado no Estádio do Dragão, no Porto, sendo expectável que possa ser batido o recorde de assistências num jogo da seleção feminina, com o selecionador a dizer que "será importantíssimo ter o apoio dos portugueses" e que as jogadoras "estão confortáveis com esse apoio".

"Aquilo que nos diz a história desta equipa é que a reação tem sido sempre muito positiva. Não podemos querer estes palcos e depois ficarmos com medo de jogar com tanta gente. Temos tido oportunidades de jogar com muito público [...]. Mesmo se estivermos num dia menos positivo, sabemos que o público nos vai ajudar a dar o passo em frente", afirmou.

Sobre a República Checa, Francisco Neto assume que "o nível de exigência subiu e vai subir", frente a uma seleção "competitiva, bem organizada", que vai obrigar Portugal a "dar o passo em frente" na sua forma de jogar e competência.

"É um jogo em que vamos ter de dar o passo em frente. Nós, nos últimos jogos, tivemos muita preponderância com bola. Muitos dos nossos problemas defensivos foram resolvidos na reação à perda de bola. Vai-nos obrigar a não ter bola, vai entrar mais no nosso setor defensivo, algo que não tem acontecido tanto nos últimos jogos", referiu.

Portugal garantiu o apuramento para o segundo playoff de qualificação depois de afastar o Azerbaijão, com um vitória por 4-1 fora e por 4-0 em Vizela, encontrando agora a República Checa em 29 de novembro, no Estádio do Dragão, no Porto, e a 3 de dezembro em Teplice.

O Europeu feminino de 2025 disputa-se na Suíça, de 2 a 27 de julho do próximo ano, com a equipa das 'quinas' a procurar o terceiro apuramento consecutivo.