Francisco Salgado Zenha participou esta terça-feira na 3.ª Conferência da Bola Branca, da Rádio Renascença e além das questões de mercado falou entre outras coisas da centralização dos direitos televisivos.

Centralização dos direitos. Benfica saiu da mesa de negociações. Há critérios inegociáveis?

"Para o bem do futebol português, não podemos colocar travões a nada nem restrições. Algum clube sabe qual o modelo ideal, a chave de distribuição ideal de receitas para termos um campeonato mais competitivo? É preciso muito trabalho. A Liga e a Liga Centralização têm de apresentar aos clubes as ideias certas para maximizar direitos desportivos. Um deles é o controlo financeiro. Parte do dinheiro tem de ser investido nas infraestruturas dos clubes. Do Sporting há total abertura para sentar se com os clubes e promover o melhor para a Liga. O Sporting não joga sozinho nem vai ganhar mais a jogar sozinho, precisa de rivais e clubes que tornem o campeonato mais competitivo. A quem compete é a quem tutela, nomeadamente a Liga. Temos de ajudá-la da melhor maneira possível a tomar essas decisoes."

Possível perda de vaga direta na Champions?

"É preocupação de todos e tem de ser. O modelo dos clubes portugueses assenta nas receitas das competições europeias e das vendas de jogadores. Nos últimos 10 anos, os países no top-7 da UEFA são os chamados 'big5', mais a Holanda e a Rússia. São os 7 mais ricos da Europa, enquanto Portugal está abaixo do 20º. Há motivos pelos quais estamos lá e temos de percebê-los. Na centralização temos de ter cuidado para não ajustar por baixo, ou então vamos todos jogar a Conference League e ninguém liga nenhuma à nossa liga."

Este é o momento ideal para aumentar o investimento?

"Passámos por um período de reestruturação e redução de custos. Agora estamos numa situação muito melhor, num caminho de expansão, a investir e a crescer.

Novas fontes de receita. Concertos no estádio, por exemplo?

"Não descuramos poder fazer concertos. A estratégia passa por desenvolver área de entretenimento e de negócio. Queremos melhorar a experiência dos adeptos dentro e fora do estádio. Grande parte deste período expansionista está a ser dedicado a desenvolver as áreas de negocio, com foco no 'core business', que não é só jogar dentro do campo, é dar divertimento às pessoas, conteúdos e experiências. Eventualmente podemos promover outros eventos, mas sem fugir ao nosso 'core', o entretenimento e desporto