
José Pedro Pinto, até há poucos dias treinador dos juniores do Gil Vicente, vai estrear-se este sábado na Liga, diante do Casa Pia, em Rio Maior. Aos 50 anos, o técnico mostra-se preparado para o desafio de suceder a Bruno Pinheiro.
Com um discurso muito sereno, respondeu a todas as respostas de forma clara a todas as questões, começando com palavras elogiosas para o antecessor, para depois não esconder que este é um momento muito importante para ele e transmitindo a sensação de que está preparado para ele. E não apenas para um ou dois jogos…
«Quero deixar um cumprimento especial ao treinador que acaba de sair. Alguém que fez bem no passado e, acredito, vai fazer bem no futuro», começou por elogiar Bruno Pinheiro, para depois detalhar a promoção dos juniores para a equipa principal.
«Na terça-feira o senhor presidente, que é uma pessoa com coragem e visão, chamou-me e convidou-me a assumir a liderança da equipa principal. Esta é uma semana, de facto, especial, dado que este é um momento aguardado. Desde que há ano e meio assumi a equipa de sub-19 estabeleci este como o meu objetivo e, portanto, chegou o momento», admitiu, não especificando a base do entendimento com o presidente Rui Manuel da Silva.
«Não existe acordo nenhum, foi apenas um convite para assumir a equipa principal. Eu como treinador sei perfeitamente quando começo mas nunca sei quando termino. Não há nenhum prazo estabelecido.»
Feita a apresentação, seguiu-se o jogo deste sábado, às 15h30, com o Casa Pia, para o qual conta com vários indisponíveis, a começar pelo castigado Santi Garcia.
«Esta foi talvez a convocatória mais fácil de fazer. Temos algumas limitações. O João [Teixeira] estará convocado e será mais um para ajudar a equipa, se o treinador o entender. Tenho total confiança nos 20 convocados», disse José Pedro Pinto, assumindo que este é um momento delicado para a equipa, não só devido à mudança no comando técnico, mas também às quatro derrotas consecutivas.
«Este é um momento importante. Todas as equipas passam por bons e menos bons momentos. Este exige resposta, exige grande união entre todos nós. O Casa Pia é um adversário de respeito, uma boa equipa, que está no primeiro terço da tabela. Esperamos um desafio bem exigente num momento importante para nós. Acredito que estamos preparados para corresponder àquilo que se espera de nós.»
Depois do Casa Pia, segue-se o Sporting, mas o treinador nem quer ouvir falar dos leões. Prioridade aos gansos, até porque o tempo para preparar o jogo foi curto. Muito curto.
«Tivemos apenas três dias para trabalhar e se pudesse compraria mais dois e aí o impacto na equipa seria diferente. Grandes alterações não são aconselháveis, mas seguramente vão poder notar alguns ajustamentos e também uma alteração ou outra em termos individuais», adiantou, colocando bem longe o encontro da próxima quinta-feira com a equipa de Rui Borges.
«Nem quero que me falem do Sporting. Não conseguimos ver para além do Casa Pia. Disse aos jogadores que tanto no futebol como na vida é muito importante viver o momento. Portanto, pensarmos no que se passou ou no que está para além do Casa Pia é pura perda de tempo. Temos de colocar toda a nossa energia no próximo adversário.»