Numa região centro do país mais vezes esquecida do que lembrada, o Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela ganha notoriedade já que dá visibilidade ao interior através do ciclismo, modalidade única quando se trata de mostrar e divulgar as belezas naturais e outras das localidades.

A sétima edição da corrida organizada pela Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB), em associação à ENERAREA - Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior, vai para a estrada na próxima semana, de 23 a 25 e com uma novidade a destacar: a prova subiu de escalão, de 2 para a 1, ficando no mesma da Volta a Portugal. Mas a organização quer mais. "Já fizemos um pedido à Federação Portuguesa de Ciclismo para a nossa prova subir para um nível superior e assim conseguiremos mais equipas, mais internacionalização e mais impacto mediático. Hoje mesmo enviámos um ofício para emitir o seu próprio parecer e ascendermos ao nível da Volta ao Algarve", revelou José Manuel Biscaia, secretário-geral da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB), durante a apresentação da prova, que decorreu esta quarta-feira no Sabugal. "O retorno que queremos é o de dinamizar e atrair mais pessoas ao nosso território",  acrescentou.

Refira-se que a CMTV vai transmitir em direto as partidas e chegadas, sendo que também haverá no Facebook da prova e numa aplicação que será divulgada brevemente.

3

etapas
Prova desenrola-se em três etapas, no coração do interior e com subida à Serra da Estrela

INTERVENÇÕES DURANTE A CERIMÓNIA DE APRESENTAÇÃO:

Vítor Proença, Presidente da Câmara Municipal do Sabugal e anfitrião: "O Sabugal tem tradição no ciclismo há muitos anos, é uma modalidade fortemente implementada no nosso território. Falar de ciclismo nesta terra é falar de António Robalo, que acompanhou desde sempre esta prova. Também a Volta a Portugal, assim como outras provas, já têm história no Sabugal e neste sentido eu não podia deixar de dar continuidade a este projeto. O nosso território tem condições particulares para este desporto e, portanto, considero que estas provas trazem muita atratividade, sendo este evento um desses bons exemplos. Promover o território nas mais diversas vertentes é o grande objetivo desta 7.ª edição da corrida, que se tem afirmado gradualmente. Penso que estamos no bom caminho para continuar a fazer crescer a prova, agora que já subiu de escalão, mais ainda".

José Manuel Biscaia, Secretário-Geral da AMCB - Associação de Municípios da Cova da Beira: "Esta prova é um investimento na região, porque traz as 20 equipas, um conjunto de 150 corredores, toda a organização e seu staff, envolvendo os restaurantes e hotéis que dão suporte a toda esta estrutura. É de comum acordo dos 16 municípios da AMCB que esta organização alavanca a divulgação da região. Em conjunto com os agentes económicos, vemos esta prova como um investimento importante para toda a região. Este evento traz para as nossas comunidades desenvolvimento e da avaliação que fizemos temos dois milhões de euros de retorno de um investimento de cerca de 350 mil euros. Contudo, o retorno que queremos é o de dinamizar e atrair mais pessoas ao nosso território. E para dar seguimento a este processo, já fizemos um pedido à Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) para a nossa prova subir para um nível superior e assim conseguiremos mais equipas, mais internacionalização e mais impacto mediático. Hoje mesmo enviámos um ofício para a FPC, para emitir o seu próprio parecer e ascendermos ao nível da Volta ao Algarve. É o nosso próximo desígnio. Contamos, também, com o Turismo do Centro e posteriormente o Turismo de Portugal e o Ministério da Economia, para alcançar mais este objetivo. Esta região merece ser divulgada, a nível nacional e internacional".

Luís Dias, em representação da Federação Portuguesa de Ciclismo, Diretor Financeiro da Associação de Ciclismo da Beira Interior: "Este evento não é apenas uma prova de ciclismo, é uma celebração de uma região, cultura e paixão por este desporto. A importância desta prova para a Região das Beiras e Serra da Estrela é imensurável. Este evento coloca a nossa bela paisagem no mapa internacional, atraindo visitantes e promovendo o Turismo local. As nossas montanhas, vales e aldeias são o cenário perfeito de uma competição de alto nível. Para a Associação de Ciclismo da Beira Interior, esta 7.ª edição é um marco no ciclismo. O trabalho da organização e dos 16 municípios envolvidos é notório no resultado impecável deste Grande Prémio. É também uma oportunidade para os ciclistas pedalarem numa região cheia de desafios técnicos, com subidas exigentes e descidas rápidas e sinuosas. Esta prova é ainda um compromisso da FPC em promover a nossa modalidade, apoiar os atletas e também fortalecer a comunidade que pratica ciclismo em todo o país".

Rui Ventura, Presidente do Turismo do Centro: "Esta prova é algo de importante para este território. Sempre defendi que a prova deve ser elevada para outro nível, um nível que sempre ambicionámos aqui na AMCB. Faz parte da estratégia do Turismo do Centro de Portugal, para os próximos anos, puxar pelas 'âncoras' que existem em sítios muito específicos, com o ciclismo a conseguir fazer algo que muitos outros desportos não conseguem fazer: percorrer 16 municípios, ir até à porta das pessoas, levar as imagens do património natural e edificado, levar também o valor de cada uma das regiões onde passa a prova. O ciclismo é a modalidade que transmite tudo isto para o país e para fora dele, o que de outra forma não conseguiríamos. Estar aqui é para mim um misto de emoções, mas queria sobretudo transmitir-vos que para o Turismo do Centro este é um objetivo, criar estas 'âncoras' em territórios específicos e esta prova é uma forma de o fazermos. Este tipo de eventos é que marca a diferença em cada um dos nos nossos territórios".

PERCURSO:

1ª ETAPA (23 DE MAIO). Almeida (11h15)-Penamacor (16h00); Passagem por Sabugal (12h45/54km), Belmonte (13h35/88.2km), Fundão (14h30/142.2km), Alcaide (14h40/131.6km), Alpedrinha (14h45/135.5km) e Castelo Novo (15h00/146.7km).

2.ª ETAPA (24 DE MAIO). Castelo Rodrigo (11h45)-Celorico da Beira (16h30); Passagem por Marialva (13h00/43.9km), Mêda (13h15/53.7km), Trancoso (13h50/78.6km), Fornos de Algodres (14h30/107.7km), Prados (15h15/135.9km) e Guarda (15h45/156km).

3.ª ETAPA (25 DE MAIO). Pinhel (10h45)-Seia (15h20); Passagem por Celorico da Beira (11h49/32.1km), Gouveia (12h20/59.8km), Penhas Douradas (12h55/79km), Manteigas (13h05/90.5km), Teixoso (13h55/120.1km), Covilhã (14h40/125km) e Torre (14h40/147.5km).

Pelotão com 12 equipas estrangeiras

O plotão para a sétima edição será composto por 20 equipas, 12 delas estrengeiras e oriundas de vários continentes, para perfazer cerca de centena e meia de ciclistas. O destaque vai para as quatro espanholas ProTeams (2ª Divisão da UCI): Caja Rural, Kern-Pharma, Burgos e Euskaltel-Euskadi. As restantes são as seguintes: China Glory-Mentech Conti. CT (CHI), Petrolike (MEX), Diftar Continental Cycling Team (HOL), Universe Cycling Team (HOL), 7Eleven Cliqq-Air21 by Roadbike Philippines (FIL), Illes Baleares Arabay Cycling (ESP), Rembe | Rad-Net (ALE) e a Mentorise TEEM CCN (ROM).

O grupo compõem-se ainda com oito das nove equipas profissionais portuguesas, onde não participa a Aviludo-Louletano: Anicolor / Tien21, Feirense-Beeceler, Efapel Cycling, Credibom-L.A. Alumínios-Marcos Car, Rádio Popular-Paredes-Boavista, AP Hotels & Resorts / Tavira / SC Farense, GI Group Holding-Simoldes-UDO e Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua.