
Henrique Ramos começou o seu depoimento na 3.ª sessão do julgamento da Operação Pretoriano com a descrição das agressões de que foi alvo na Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023.
"Fui interpelado por um senhor Jorge Silva, o Jorge das paletes. Disse que eu era um mamão, linguagem de futebol. Como não tinha nada para dizer chamou-me de mamão. Eu levantei a mão e nisto vem outro senhor, o António Sá, (que já não é arguido neste caso) e agride-me", começou por contar.
E prosseguiu: "Fui depois agredido novamente pelo senhor Vítor Bruno (Aleixo) e pelo José Pedro, que eu nunca o tinha visto na minha vida. Ainda hoje não sei qual foi a motivação dele [de José Pedro], não sei. Deve-lhe ter dado os 5 minutos. E ainda fui agredido pelo Tiago Aguiar, funcionário do FC Porto que também saiu do processo".
Mais tarde, Henrique Ramos voltou a falar das agressões: "O Vítor Bruno Aleixo insultou-me e cuspiu-me. Acertou-me na cara, no casaco, já foi para lavar... Ameaçou-me. Disse 'vou-te matar'. Já o José Pedro deu-me um pontapé em direção à cabeça, mas acertou-me no ombro".
Depois, questionado pela juíza sobre se viu Fernando Madureira, Tagarela admitiu que sim. "Cheguei a ver lá o Fernando Madureira. A certa altura ele começa a ver que aquilo vai dar confusão e ele tentou evitar a confusão. Foi ali para me defender", referiu Henrique Ramos, que criticou ainda Lourenço Pinto: "Vi uma inoperância perante o volume de pessoas que ali estavam. Se as portas abrem às 8h e às 8h as pessoas já não cabiam, o presidente da Mesa da Assembleia Geral só deveria era suspender". A procuradora do Ministério Público entendeu que existiram contradições entre o depoimento de Henrique Ramos no dia de hoje e o prestado na fase de inquérito. Vão ser lidas as declarações mais antigas para o confrontar.