Os quatro jogos consecutivos sem sofrer golos no campeonato deixam o Famalicão à beira de igualar um recorde defensivo com mais de 30 anos. Uma folha limpa frente ao Moreirense permitirá alcançar esse registo histórico da época 1992/93 e esse dado positivo deixa Hugo Oliveira satisfeito, mas o foco do técnico está na vitória. Na antevisão ao encontro, o treinador dos minhotos passou também em revista outros aspetos da atualidade do clube, como o regresso de Zlobin.

Moreirense: "Um jogo difícil, jogo difícil, com uma equipa com uma estrutura de jogo já muito delineada, trabalhada, sabe o que quer do jogo. Sempre que pode e adversário permite consegue meter jogo deles. Jogamos em casa, queremos dar uma vitória aos nossos adeptos, que queremos há muito, e temos vindo a trabalhar para isso. É mais fácil e confortável trabalhar a ganhar, mas não mudámos nada. O mesmo profissionalismo."

Recorde de jogos seguidos sem sofrer: "Não deixa de ser um dado positivo, defender bem é uma arte e temos estado a defender bem. É a demonstração da positividade coletiva que nós temos. Começamos a defender com os jogadores da frente, não com os de trás. Somos uma equipa coletiva. Dado é positivo, mas mais do que bater recordes queremos ganhar. Trocava esse dado por uma vitória. Não me importo de sofrer três e marcar quatro. Somos uma equipa positiva, com os olhos na baliza do adversário e esse é um ponto a valorizar. Não sendo uma equipa defensiva, temos esse registo. Só é possível quando a equipa é coletiva e sabe o que fazer com 11 jogadores. Queremos dar o passo para que possa acontecer no processo ofensivo e possamos ser fortes nesse processo. Estamos a trabalhar para globalmente crescermos."

Falta de vitórias em casa: "Tem que ver com questão de confiança, dúvida, questão ligada aos resultados negativos que traz alguma dúvida em relação à liberdade para ter confiança para o jogo. Quando encontramos adversários que chegam ao nosso estádio e que se fecham, tiram espaço e preocupam-se em defender, é mais difícil criar. Não é só connosco. Mesmo os grandes têm tido dificuldade quando encontram equipas com esse cariz, que fazem transições, que deixam dúvida no jogo. Nós, com alguma distância em relação à liberdade para criar, vamos ter mais dificuldades para criar em equipas nesse registo. Perdemos essa confiança, mas estamos a recuperar. Os resultados ajudam e ajuda também termos os adeptos do nosso lado. Fora temos sentido os adeptos sempre connosco. Em casa, queremos que esta distância que existe no estádio, seja completamente ao contrário. Ninguém quer ganhar mais do que nós e ninguém mais quer dar a vitória mais do que nós. Essa proximidade tem de ser sentida em casa. O nosso estádio tem de ser o nosso castelo. Isso vai traduzir-se."

Equilíbrio: "É um trabalho feito em todas as dimensões. Do ponto de vista psicológico, técnico, tático e físico. Que permita que a equipa esteja sempre junto, com intensidade que crie problemas, mas que seja uma intensidade inteligente. O passo foi pôr todos os jogadores a sentir o mesmo ao mesmo tempo, com e sem bola. Tem sido mais fácil criar esse sentimento sem bola, mas é momento para dar esse passo no processo ofensivo. Quando está a nascer uma jogada, queremos que sintam o que vai acontecer, para criarmos um momento para que alguém, a nível individual e com recurso à qualidade, possa pôr a sua mais-valia a favor da equipa. O processo vai ter de evoluir, temos de dar continuidade com a mesma serenidade que tivemos quando os resultados não eram tão positivos, que é a serenidade de quem sabe o que está a fazer."

Dupla de meio-campo: "A maior força desta equipa tem sido o sentimneto coletivo. Quem tem jogado tem dado resposta, mas quem estava na equipa e saiu, ou quem não está, estão todos juntos. Essa tem sido a maior força. Da mesma maneira que mesmo este processo defensivo. Quem estiver atento ao jogo do Famalicão vê que os melhor defesas são os jogadores da frente. Na segunda-feira à noite, tivemos muitos adeptos do nosso clube. Isso empurra-nos e faz-nos querer dar resposta. É o caminho que temos de continuar. Temos de reforçar esta ideia coletiva. O equilíbrio é o todo, não a parte. Este é um clube que é conhecido por vender jogadores, por formar e valorizar jogadores, mas tem de ser um clube unido, para que a caminho jogue como um todo."

Inter na lista de interessados em Gustavo Sá: "O facto de existirem interesse é sublinhar da qualidade que aqui existe. Qualidade coletiva vai dar liberdade individual e jogadores vão crescer ainda mais. O Gustavo tem muito para crescer. No final da época, acreditamos que coisas possam acontecer com alguns dos nossos jogadores, mas focamo-nos no trabalho diário. Não nos preocupamos. Nem com o mercado aberto nos preocupávamos, não será agora."

Zlobin a regressar: "Foi um dos momentos mais felizes da época ter o Zlobin connosco. Tem uma energia, uma positividade, uma alegria contagiantes. Sentíamos falta disso. Tê-lo connosco é um sinal de que está bem e traz positividade e energia. Está no seu processo de reabilitação, ainda não temos prazo para a recuperação total, mas acredito que, com o espírito, a força e a paixão que tem pelo futebol, vamos tê-lo connosco rapidamente. Mas é bom tê-lo do nosso lado no dia-a-dia, mesmo não podendo ir a jogo. "