
O escândalo de apostas ilegais que rebentou em Itália tem novos desenvolvimentos. Depois dos castigos a Sandro Tonali e Nicolò Fagioli, há uma série de jogadores sob investigação, de acordo com o que avança, esta sexta-feira, a imprensa italiana. Entre os investigados estará Ángel Di María, atual jogador do Benfica.
As novas informações sobre o caso foram avançadas pelo jornal Corriere della Sera, que indicou que o escândalo de apostas em plataformas ilegais originou uma investigação a 12 jogadores com passagem pela Serie A. Os episódios investigados terão ocorrido entre 2021 e 2023, período que coincide com a estadia de Di María na Juventus (2022/23).
A operação está a ser levada a cabo pelo Ministério Público de Milão e já resultou em um milhão e meio de euros apreendido e em cinco pedidos de prisão domiciliar. No que diz respeito aos jogadores, estes terão utilizado uma plataforma ilegal para jogar póquer online. Contudo, tê-lo-ão feito apenas com o intuito de ocupar o muito tempo livre, sobretudo em estágios das respetivas equipas.
Segundo a mesma fonte, as informações retiradas dos telemóveis de Tonali e Fagioli permitiu descobrir os cinco nomes por detrás de todo o esquema e para os quais o Ministério Público pede pena de prisão: Tommaso De Giacomo, Patrick Fizzera, Antonio Scinocca, Antonio Parise e Andrea Piccini. Os dois primeiros são gerentes de plataformas ilegais de apostas online, ao passo que os três últimos são administradores de uma joalharia em Milão, onde foi aprendida a quantia avultada.
A investigação do Ministério Público milanês aponta para uma ligação entre as plataformas e a joalharia, na medida em que os jogadores efetuavam os pagamentos através de compras de relógios da marca Rolex. Compras, porém, que não se efetivavam e que serviam apenas de fachada para fazer o pagamento à casa de apostas. Embora a compra fosse simulada, os atletas recebiam uma fatura.
As caras envolvidas
Sandro Tonali e Nicolò Fagioli foram as primeiras caras associadas ao escândalo de apostas ilegais em Itália. Os dois jogadores já cumpriram castigos no plano desportivo, mas não estão livres de novas acusações, agora do foro criminal. Mas já lá vamos.
Para além dos dois médios, também Ángel Di María, como já foi mencionado, está sob investigação. A lista, contudo, estende-se a mais figuras que estiveram na Serie A nos últimos anos.
Alessandro Florenzi, Nicolò Zaniolo, Mattia Perin, Weston McKennie, Leandro Paredes, Raoul Bellanova, Samuele Ricci, Cristian Buonaiuto, Matteo Cancellieri e Júnior Firpo são os restantes futebolistas que as autoridades acreditam estarem envolvidos no esquema.
É importante ressalvar que estes jogadores não foram acusados, mas são sim suspeitos aos olhos do Ministério Público. Na lista está ainda o tenista italiano Matteo Gigante e outros dez suspeitos que não são desportistas.
Quais são as penalizações em cima da mesa?
É altura agora de recuperarmos a questão das acusações criminais. É que Sandro Tonali e Nicolò Fagioli cumpriram castigos, sim, mas no plano desportivo. Nesse sentido, os dois não estão fora de perigo no que à justiça diz respeito.
De acordo com a mesma fonte, os dois jogadores estão sob investigação por terem jogado em plataformas ilegais de apostas desportivas e póquer. A infração é punível com pena de prisão até três meses e uma multa até 500 euros.
No que diz respeito aos restantes nomes, estes estão sob investigação, mas por uma infração diferente. Di María e os restantes futebolistas são suspeitos de terem jogado nas mesmas plataformas ilegais, mas não em apostas desportivos e si em jogos de póquer não autorizados pelas autoridades italianas. O esquema era relativamente simples: os atletas participavam em mesas de póquer online que eram salas fechadas, protegidas por palavra-passe e nas quais os organizadores decidiam quem participava.
Neste caso, aponta o portal italiano, a pena é relativamente leve do ponto de vista criminal: 250 euros de multa. Contudo, é a questão desportiva - Tonali e Fagioli, recordamos, já cumpriram castigos neste plano - que pode causar problemas para esta lista de futebolistas. Caso a Federação Italiana (FIGC) pretenda, pode solicitar a documentação do caso e avançar com sanções ao nível desportivo, como já fez anteriormente.