
Com a desejada autorização por parte da Comissão Europeia para que a Liberty Media possa adquirir 84% da Dorna Sports, os norte-americanos estão já a trabalhar com vista a manter marcas e equipas de MotoGP na grelha de partida aquando da entrada do novo regulamento em 2027. Carmelo Ezpeleta iniciou as conversações com e terá já recebido resposta positiva – mesmo se os contratos não estão assinados – de todos os construtores e equipas satélite a assegurar presença no campeonato até 2031. Mas Aprilia e KTM ainda não o fizeram e mesmo se é do conhecimento geral que ambas as marcas estão já a desenvolver os motores 850cc de acordo com o regulamento em vigor a partir de 2027, várias são as dúvidas que se levantam em relação a ambos os construtores.
No seio da Aprilia a ‘novela’ Jorge Martin não caiu muito bem ao presidente do Grupo Piaggio, Michele Colaninno, que poderá equacionar a real valia de investir 30 milhões de euros anualmente num projecto que em 2025 leva já uma década sem conseguir encontrar um patrocinador principal ao mesmo tempo que o mercado na actualidade tem pouca representatividade no segmento das super-desportivas e nem como activo de marketing todo o esforço acaba por ser rentável quando comparado directamente com as vitórias da Tuareg 660 em diversas provas na Europa e África que aportam vendas e popularidade aos italianos.
A KTM poderá padecer de um problema semelhante face à recente entrada dos indianos da Bajaj que poderão não estar muito abertos a suportar uma factura que ronda os 40 milhões de euros anuais de forma a sustentar a presença da marcas no campeonato maior do motociclismo mundial. A solução para os ‘laranjas’ poderá ser uma alteração no contrato, nomeadamente no seu titular que deixaria de ser a KTM Factory Racing com sede na Áustria para ser a KTM Racing AG a assumir esse contrato, empresa essa que tem sede na Suiça e com isso poder ser mais fácil encontrar novos investidores e patrocinadores exclusivamente para o projecto MotoGP.
Os próximos meses irão ser esclarecedores quanto ao futuro de ambas as marcas no MotoGP, um campeonato que não perde uma marca desde 2022 quando a Suzuki de forma inesperada se retirou do campeonato. Sabe-se da vontade da BMW em entrar no campeonato – mas apenas a partir de 2028 – e recentemente também a familia Sardarov afirmou estar interessada depois de ter recuperado o controle da MV Agusta.