
Noites mágicas de UEFA Champions League no Santiago Bernabéu são quase uma certeza. E não são de agora. Esta quarta-feira, o Real Madrid prepara-se para receber o Arsenal nos quartos de final da prova com uma desvantagem de três golos após derrota pesada na primeira mão, em Londres. Contra qualquer outra equipa, os gunners estariam com pé e meio nas meias-finais. Frente ao Real, não é bem assim. E Naldo, ex-defesa brasileiro, já sofreu na pele os efeitos dos «muito longos» 90 minutos no Bernabéu.
Naldo fez parte da equipa do Wolfsburgo que, em 2016, enfrentou o Real Madrid nos quartos de final da prova. A equipa alemã, que contava com Vieirinha, Schurrle, Draxler ou Ricardo Rodríguez, conseguiu vantagem de 2-0 na primeira mão mas, mesmo assim, não se sentia confiante para o segundo jogo, como conta o brasileiro aos espanhóis do Relevo. «Não foi a mesma vantagem que o Arsenal, mas fomos para a segunda mão com um bom resultado. Fizemos um grande jogo em casa e podíamos ter marcado ainda mais. Lembro-me que, antes do jogo, ninguém estava confiante. Todos tínhamos a ideia de que, em casa, à frente dos adeptos, o Real Madrid mostraria outra cara. Na segunda mão são ainda mais perigosos», começou por explicar Naldo, cujos medos acabaram por se concretizar. Sobretudo porque do outro lado estava... Cristiano Ronaldo.
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A partida ficou na história como mais uma grande reviravolta madrilena no Bernabéu. E a reação ao resultado da primeira mão foi... imediata: 20 minutos, dois golos do astro português para empatar a eliminatória e, ao intervalo, Julian Draxler, principal criativo da equipa, já havia saído lesionado. «Tentei acalmar os mais jovens porque tinha mais experiência. Disse-lhes para se acalmarem e para não desmoronarem», explicou.
A remontada completou-se aos 77 minutos, com Cristiano a completar o hat trick após livre direto — em que a bola passa pela barreira, perto de Naldo, que tenta desviar com a cabeça. «No final, Marcelo veio falar comigo», completou Naldo, que revelou a conversa com o compatriota. «'Naldo: tínhamos a certeza que daríamos a volta. Sabíamos que íamos marcar três ou quatro aqui'. É o ADN do Real Madrid na Liga dos Campeões. Fazem milagres. A vantagem do Arsenal é boa, mas em Madrid, nada é certo», concluiu.