
Começo por admitir sem nenhum pejo que Pep Guardiola é o meu treinador preferido, e que na minha modesta opinião, é o melhor treinador da história do futebol.
Discípulo do “futebol total” preconizado pelo holandês Johan Cruijff, Guardiola tem tido uma carreira ímpar e é sem dúvida alguma um dos treinadores mais titulados de todos os tempos.
Neste momento, o treinador espanhol acumula 39 (!) troféus ao fim de 17 anos de carreira, estando apenas atrás de Sir Alex Ferguson, o treinador histórico do Manchester United, que conquistou 50 (!) títulos ao serviço da equipa de Manchester.
Alex Ferguson treinou o Manchester United durante 27 anos, concretamente entre 1986 e 2013, e é sem dúvida um dos melhores treinadores de sempre.
Contudo, as suas equipas nunca se caracterizaram por um determinado estilo de jogo ou por um traço identitário, ao contrário das equipas comandadas por Guardiola.
Os feitos de Guardiola são inegáveis e inquestionáveis. Mas não estaria o treinador espanhol mais próximo desse número redondo do técnico escocês, se fosse mais flexível e menos intransigente nas suas táticas e forma de jogar? Eu julgo que sim.
O técnico catalão (vindo da equipa B do Barcelona) mostrou logo a sua tremenda personalidade quando assumiu o comando técnico da equipa principal para a época 2008/2009.
Prescindiu dos criativos Ronaldinho Gaúcho e Deco por sentir que contribuíram para um ambiente tóxico no balneário, e criou uma equipa com uma base muito forte de jogadores formados em La Masia, a famosa escola de formação da equipa blaugrana.
Potenciou ao máximo os seus jogadores e criou uma equipa histórica, considerada por muitos a melhor equipa de todos os tempos.
É indubitavelmente a melhor época de estreia de sempre de um treinador principal, tendo ganho um inédito sextete (só alcançado pelo Bayern Munique de Hansi Flick no ano de 2020), conquistando todos os títulos que disputou naquele mágico ano de 2009.
Foi Guardiola que conseguiu que o futebol de Messi se exibisse a um nível só ao alcance dos predestinados. Para além do astro argentino, foi Guardiola que apostou no regresso de Gerard Piqué (que tinha estado nos últimos anos no Manchester United), subindo igualmente outros jogadores da formação, que se revelaram fundamentais, como foram os casos de Sergio Busquets e de Pedrito Rodríguez.
O técnico catalão foi um dos grandes cérebros da Dream Team (nome pelo qual ficou conhecida a equipa do Barcelona no início dos anos 90), que encantou todos os adeptos do futebol pela sua forma única de jogar.
Para além de Guardiola, naquela equipa pontificavam nomes como Ronald Koeman, Romário, Stoichkov, entre outros. Mas também essa equipa de Cruijff (apesar do seu incrível legado), poderia ter sido mais bem sucedida, se em determinados momentos tivesse sabido jogar o chamado “outro futebol”.
Por vezes, os treinadores têm de ser inteligentes e saber pedir às suas equipas o que o jogo necessita naquele momento. E foi isso que Guardiola conseguiu entender no ano de 2023, onde não abdicando do seu famoso tiki-taka, jogou os jogos da Champions League com quatro jogadores de características defensivas no seu setor defensivo, fazendo com que dessa forma a sua equipa não ficasse tão exposta e fosse mais sólida defensivamente.

Não se tem sempre de jogar com os guarda-redes, e sair com a bola controlada desde o eixo da defesa e continuar a querer atacar de forma desenfreada, quando o que o jogo pede, é que se contemporize e se saiba jogar de forma calculista, o que ficou provado com a eliminação dramática do Barcelona nas meias-finais da Champions League deste ano, treinado pelo entusiasmante alemão Hansi Flick, que viu como se escapou a oportunidade de jogar a tão desejada final da Champions League por apenas dois minutos.
E isso também teimava em acontecer com as equipas treinadas por Pep Guardiola ao longo da sua carreira.
Neste artigo, não vou puxar de hemeroteca para fazer uma rapsódia dos vários erros (absolutamente naturais para quem toma decisões corajosas) que Guardiola foi cometendo ao longo dos anos, mas devo analisar os pecados capitais do Manchester City este ano.
Guardiola foi anunciado pelo Manchester City no Verão de 2016, depois de três anos ao serviço dos alemães do Bayern Munique, onde falhou o objetivo principal de conquistar a Champions League, não obstante tendo conseguido impor as suas ideias e feito a equipa produzir um futebol de altíssimo nível, sendo de destacar o seu incrível trabalho com Philipp Lahm, convertendo um excelente lateral num médio de construção de grande qualidade.
Ao serviço dos ingleses, Guardiola já conquistou 18 (!) títulos, destacando-se seis Premier League e a primeira Champions League da história do clube, a qual obteve depois de várias tentativas falhadas.
No início desta época, o Manchester City era considerado o grande favorito para um histórico pentacampeonato. A equipa inglesa vinha de ser tetracampeã, o que já era um fato inédito. Estas equipas de Guardiola irão ficar sempre na história do futebol inglês, e farão sempre parte dos top da melhores equipas de sempre da Premier League.
Depois do famoso “treble” (conquistando FA Cup, Premier League e Champions League) de 2023, o Manchester City já tinha ficado “apenas” pelo título da Premier League na época transacta.
Devemos sempre referir que a equipa inglesa está envolvida num processo judicial relacionado com irregularidades devido ao fair-play financeiro em anos anteriores à chegada de Pep Guardiola. Ainda sem haver uma resolução para o mesmo, muitos pedem que o Manchester City seja severamente penalizado, havendo quem peça a sua despromoção da Premier League.
Guardiola revelou que jamais deixaria o clube nesta situação, que confiava naquilo que lhe foi dito pela sua direção, e que se a equipa descesse de divisão, ele acompanharia a equipa e iria trabalhar para regressar à Premier League o mais depressa possível. É admirável o seu amor pelo clube, mas teríamos de esperar para ver se Guardiola iria mesmo dispor-se a treinar uma equipa no Championship.
Como muito provavelmente, a sentença ficará por uma choruda multa económica, já não teremos que visualizar esse cenário, nem projetar o que seria uma possível debandada dos seus jogadores, caso se consumasse a tal descida de divisão.
O norueguês Erling Haaland não conseguiu repetir os números da primeira época, onde ficou em 2º lugar na votação da Bola de Ouro (perdendo apenas para Messi, que vinha de ganhar o Mundial com a Argentina) e que na sua época de estreia, marcou uns impressionantes 36 (!) golos na Premier e 12 (!) na Champions League, num total de 52 golos em 53 jogos. São números absurdos e só ao alcance de um grande goleador.
Contudo, vou dar uma opinião que muitos considerarão politicamente incorreta, mas é à volta de Haaland que reside a primeira decisão que contribuiu para esta época estrepitosa do Manchester City, e consequentemente, de Pep Guardiola.
E essa decisão centra-se no fato de ter prescindido de Julián Álvarez, sem sequer fazer um esforço para o reter nas filas do clube inglês. O avançado argentino pode não apresentar os números goleadores estratosféricos de Haaland, contudo a sua influência no jogo não se cinge apenas aos golos que marca, mas a muitas outras características que o jogador norueguês não possui.

A leitura de jogo de Álvarez é infinitamente superior à de Haaland, assim como a sua capacidade técnica e de pressionar as defesas adversárias. Além disso, é um jogador que participa do jogo ofensivo da equipa e que sempre que foi devidamente utilizado, demonstrou que poderia ser útil em várias posições, e não apenas na de referência do ataque da equipa citizen.
A sua saída para o Atlético Madrid foi a primeira decisão de Guardiola para o início desta época, e o decorrer da mesma (agregando os excelentes números de Julián Álvarez na sua primeira época na equipa espanhola), veio demonstrar que foi uma decisão errónea do técnico espanhol.
Julián saiu porque não estava satisfeito com o seu tempo de utilização. Sentia que podia acrescentar algo mais à equipa, e necessitava sentir-se mais útil.
Se Bernardo Silva e Kevin de Bruyne (jogadores históricos desta equipa) já não tinham estado próximos da sua melhor versão na época anterior, porquê prescindir de um jogador tão diferencial como o craque argentino? Não se entende de nenhuma maneira.
Convém também referir que Haaland é um avançado que sofre bastante contra equipas que jogam em bloco mais baixo, que impedem as suas célebres cavalgadas, tornando-se uma presa fácil para essas equipas. E também não deixa de ser sintomático o fato de Haaland ainda não ter marcado nenhum golo em quaisquer das finais que a equipa do Manchester City disputou desde a sua chegada.
Para o início desta época, o Manchester City apenas decidiu recuperar os serviços de Savinho (extremo brasileiro que vinha de fazer uma época incrível pelos espanhóis do Girona) e pelo regresso (tão inesperado quanto inusitado) do alemão Ilkay Gundogan, que apenas permaneceu um ano no Barcelona.
Não é possível falar nesta época dececionante do Manchester City, sem se abordar a lesão gravíssima do seu jogador mais influente e o atual Bola de Ouro: Rodri.
A 23 de Setembro do ano passado num jogo contra o Arsenal e num lance sem qualquer tipo de oposição adversária, Rodri fez um mau apoio e contraiu uma rotura de ligamentos do joelho direito, e já se sabe que esse tipo de lesões obrigam a um largo período de recuperação, quase nunca inferior a sete meses.
Uma vez que o mercado de transferências já estava fechado, Guardiola necessitava de voltar a fazer magia e recuperar o melhor nível de Gundogan e conseguir que o médio croata Kovacic ou que o português Matheus Nunes pudessem suprir a ausência do fantástico médio espanhol.
Nem Kovacic, nem Matheus Nunes, nem mesmo Stones, Rico Lewis, Akanji ou Gundogan, têm a capacidade de abarcar tanto terreno e de serem tão influentes no jogo da equipa e no equilíbrio da mesma, e apesar de nos meses posteriores à sua saída, a equipa ter conseguido manter um nível aceitável, gradualmente foi-se desmoronando e a ausência de Rodri foi-se sentindo cada vez mais.
É evidente que não se pode ganhar sempre, mas o descalabro da época do Manchester City, não pode apenas ser explicado com a ausência de Rodri. Essa seria uma visão bastante redutora.
Da mesma forma que Guardiola é elogiado por tudo aquilo que consegue transmitir aos seus jogadores e pela maneira única como os põe a jogar, também deve ser criticado quando o rendimento dos mesmos é muitíssimo inferior, e foi isso que se verificou.
Se tivesse de pensar num jogador que se destacou nesta época do Manchester City, teria imensa dificuldade em fazer esse exercício. Talvez ficar-me-ia pela súbita erupção do lateral-esquerdo Nico O’Reilly, a quem Guardiola apenas deu alguma continuidade quando praticamente já tinha perdido a possibilidade de lutar pelos objetivos principais.

Phil Foden, considerado o melhor jogador da Premier League no ano passado, foi uma sombra daquilo que já demonstrou. Haaland apresentou números terrenais e também teve um ano marcado por lesões. Bernardo Silva, Gundogan e de Bruyne, já não conseguem jogar tantos jogos com elevada intensidade e com grande grau de exigência. Doku e Savinho têm tanto de desconcertantes como de inconsequentes.
Considero inadmissível e até bastante criticável a maneira como foi conduzida a não renovação do médio belga. E é igualmente bastante questionável que Guardiola (não nos enganemos, porque todas as decisões têm o seu aval) pense que Kevin de Bruyne ainda não possa ser um jogador útil a este plantel, e que em determinados momentos da época, a sua experiência e infinita qualidade, não possam ser cruciais para a consecução dos objetivos da equipa.

Os anos passam por todos, mas ainda vejo muito futebol competitivo no médio belga (para mim, o melhor jogador de sempre do Manchester City, e estas são palavras maiores) por um bom par de anos, e o tempo dar-me-á razão caso continue a querer jogar ao mais alto nível e decida que o seu futuro passe por uma equipa da Premier League ou um Nápoles, e não qualquer equipa da MLS, onde o nível competitivo é infinitamente inferior ao europeu.
Para além dos jogadores citados anteriormente (no qual também devo incluir a fraquíssima época de Ederson), todos pensavam que com as contratações do mercado de Inverno, o Manchester City iria conseguir garantir tranquilamente um lugar no Top 4 da Premier League, e que poderia bater o pé ao colosso Real Madrid nos dezasseis-avos da Champions League.
Contudo, nem Marmoush (que foi sem dúvida quem teve maior continuidade e melhores números), nem Nico González (contratado à última da hora ao FC Porto), nem o uzbeque Khusanov nem o brasileiro Victor Reis, nem o argentino Claudio Echeverri, tiveram o impacto que se esperava, e também convém dizer que Guardiola prescindiu rapidamente de grande parte dos mesmos, voltando à fórmula anterior dos jogadores mais experientes para os últimos jogos da época.
Foram mais de 200 milhões de euros (!) gastos nesses jogadores.
O Manchester City foi inequivocamente a equipa que mais dinheiro gastou no mercado de transferências de Janeiro, e Guardiola recentemente teve esta declaração tão bombástica quanto injustificável: “Eu já disse ao clube que não quero isto. Não quero ter de deixar cinco ou seis jogadores em lista de espera. Não quero. Façam um plantel mais curto e eu fico. (…) Como treinador, não posso ter 24, 25 ou 26 jogadores e sempre que faço uma convocatória tenho de deixar quatro, cinco ou seis jogadores em casa porque não podem jogar. Não vai acontecer. Já disse ao clube. Não quero isso.”
Por muito que Guardiola tenha ganho ao serviço do clube e por mais crédito que tenha junto da sua direção, estará o técnico espanhol em condições de proferir uma declaração destas e de tomar esta posição de força? Esta afirmação soa quase como um ultimato e na minha opinião, revela como Guardiola está desfasado da realidade e é apenas mais uma das muitas declarações infelizes e decisões estapafúrdias que o técnico espanhol tem tido e tomado ultimamente.
Desde assumir publicamente (depois de ter sido o próprio a admitir que era um dos melhores médios do mundo) que “Matheus Nunes não é inteligente o suficiente para jogar no meio-campo”, a esta total desconexão com a realidade (pois os plantéis necessitam de ter plantéis extensos devido a um calendário cada vez mais exigente), ao fato de ter alinhado uma única vez um defesa-central (Pousey-Smith) em Alvalade para ser autenticamente “destruído” por Gyokeres, a mais uma vez espremer os seus jogadores até ao seu limite físico, havendo jogos nos quais não realizou qualquer substituição.
A ter jogadores que num jogo são titulares durante 90 minutos, e no jogo seguinte vão para a bancada. A constantemente usar Gvardiol, Akanji e Rico Lewis em posições diferentes (certamente confundindo os mesmos e não permitindo que estes criem as devidas rotinas necessárias para qualquer jogador).

É uma manóplia infinita de decisões equivocadas por parte de Pep Guardiola, e apesar deste assumir o fracasso desta época, era necessária uma maior humildade e uma maior noção do que o futebol pede neste momento.
A vida pessoal de Pep também sofreu um grande revés este ano. Foram vários os rumores que apontavam para um divórcio com a sua esposa com quem estava casado há mais de 30 anos. Ao que parece, ter-se-ão reconciliado, e sabemos que a estrutura familiar sempre foi de suma importância para o técnico espanhol. Acredito que isso também tenha contribuído para esta sucessão de erros.
Num desses últimos jogos desta época, a única bala que lhe restava (FA Cup) também foi gasta. Uma derrota por 1-0 frente ao Crystal Palace (que nunca tinha ganho nenhum título em 163 anos de história) num jogo de sentido único e com uma grande exibição do guardião Dean Henderson, formado nos rivais do Manchester United, o que certamente contribuiu como motivação extra.
Sim, em dez jogos iguais, o Manchester City ganharia dez. O domínio foi avassalador, as oportunidades foram-se sucedendo (incluíndo um penalty falhado por Marmoush, com Haaland a não assumir essa responsabilidade incompreensivelmente), mas pecaram na finalização, e com esta derrota, foi o culminar de uma época desastrosa.
Mas também não deixa de ser verdade que no futebol atual, não se pode jogar sem um médio de características mais defensivas. Oliver Glasner, treinador austríaco do Crystal Palace, tinha dito que bateria o Manchester City (vinha de ser goleado por 5-2 no último jogo entre ambos) caso jogasse com a mesma tática tão ofensiva na final da FA Cup. E foi exactamente isso que aconteceu.
Não há jogos iguais, e as finais têm sempre características muito peculiares. Guardiola foi teimoso e intransigente, e mais uma vez, foi “castigado” por isso, tal como já tinha acontecido na final da Champions League, em 2021.
Falta um jogo em Fulham, que é uma equipa muitíssimo bem treinada pelo português Marco Silva, e que é verdade que já não tem nada a ganhar, mas estes jogos costumam ser extremamente traiçoeiros (vimos esse exemplo no jogo do Benfica em Braga na passada semana).
Falta apenas um ponto para garantir a qualificação para a próxima edição da Champions League, mas até pelas declarações recentes e respectivas posições de força, penso que estamos a assistir a um final de ciclo de Guardiola no Manchester City.
Tenho a impressão de que a direção e o treinador espanhol já não falam a uma só voz, e que a mensagem já não passa, e os seus jogadores já não estão devidamente comprometidos como estiveram anteriormente.
Se garantir a qualificação para a Champions League, a época poderá ainda terminar com um título de grande prestígio para o Manchester City, que é a primeira edição do Mundial de Clubes, que começa no próximo mês de Junho.
Há um ano atrás, diria que seria insano apostar contra o Manchester City de Pep Guardiola em qualquer competição que esta disputasse.
Mas com um balneário partido (o próprio Bernardo Silva o admitiu numa entrevista recente), e já sem Kevin de Bruyne (que já admitiu que não irá disputar esta competição), há alguém que possa apostar numa vitória do Manchester City nesse torneio, apesar do regresso de Rodri? Eu tenho as minhas sérias dúvidas, pois o nível de confiança dos jogadores deve ser baixíssimo em si mesmo, e no próprio treinador, pois a generalidade dos mesmos não sente a confiança de Guardiola nas suas capacidades.
O Manchester City ficou num vergonhoso 22.º (!) lugar neste novo formato da fase de grupos da Champions League tendo conseguido a qualificação para a fase seguinte de forma agónica, não competiu sequer contra o Real Madrid na fase a eliminar, ficou fora da corrida pelo título da Premier League em Dezembro (!) e foi eliminado precocemente da Taça da Liga.
Veremos se Guardiola conseguirá emendar a mão e trazer mais um título inédito para as vitrines do clube inglês. Jamais duvidarei da sua capacidade de se reinventar e do seu talento para ultrapassar momentos difíceis. Mas mesmo que esse título seja conquistado, é inegável que este foi o annus horribilis de Guardiola.