
Martín Anselmi fez a antevisão do último jogo da Liga na temporada 2024/2025, diante do Nacional da Madeira.
— O que esperar do Nacional, último adversário do FC Porto nesta edição da Liga?
-- A temporada termina no Mundial de Clubes, mas será o último jogo em casa na Liga e, obviamente, queremos despedir-nos da melhor maneira de um campeonato que não foi o que esperámos. Queremos que corra da melhor maneira possível. Preparámos o jogo como fazemos sempre, com todo o foco e atenção no adversário. É um jogo perante os nossos adeptos, em nossa casa, e queremos terminar da melhor maneira possível.
— O treinador do Nacional já disse que vai fazer algumas alterações. Nas últimas jornadas, alguns treinadores optam por fazer alguma rotação. Qual é a sua visão quanto a isto? Vai mexer muito ou só pensa nos três pontos?
— Enquanto equipa técnica, quando desenhamos um plano de jogo, estão sempre lá os intérpretes. Muitas vezes, em função do que o adversário apresenta, temos um plano para defender e para atacar. E, claro, escolhemos os jogadores que serão mais capazes de desempenhar essas funções. Vamos fazer as coisas sempre assim. Não tem a ver com ser o último jogo da uma temporada. Damos oportunidades todos os fins-de-semana. O presente também importa, a maneira como os jogadores treinaram, o momento competitivo de cada um. E dentro desses aspetos, escolhemos o melhor onze. O contexto é igual, na minha opinião. Em todos os jogos, queremos ser o mais competitivos possíveis. Quero os três pontos. Não penso em ser o último jogo da temporada e em colocar um jogador só por isso. A nossa temporada continua...
— FC Porto contratou o William Gomes e o Tomás Pérez no inverno. São jogadores que acabaram por 'desaparecer' um bocadinho. O que lhes faltou?
— No final das contas, e não estou a falar só do FC Porto, quando um jogador é contratado, vem com o objetivo de render de imediato ou para se tornar um reforço a longo prazo. Há toda uma adaptação, temos de lhes dar todas as ferramentas possíveis para isso. A capacidade, eles têm. Caso contrário, nem os teríamos contratado. Se virmos que, em algum momento, precisamos de algum deles, estão cá. O William teve momentos muito bons, outros normais, e o Tomás igual. Sempre que vestiu a camisola, fê-lo de uma maneira espetacular. Este processo vai-se aperfeiçoando e depois eles podem jogar. Sabemos que contamos com os jogadores para a próxima época e podem disputar um lugar no onze. Foi isto que ganhámos nos últimos meses.
— FC Porto vai certamente terminar no 3.º lugar. Para a próxima época, será preciso fazer tantas mudanças no plantel como tem vindo a ser anunciado na imprensa?
— Teria pelo menos 10 formas diferentes de responder a essa pergunta. Poderia dizer-te que sábado tenho um jogo e que falamos do futuro depois, podia dar-te 10 títulos diferentes. Vou responder da maneira que o Martín Anselmi, treinador, gosta. E não tem nada a ver com o presente ou com o que vai acontecer. Em cada clube onde estive, gosto de otimizar os plantéis. De tirar o melhor de cada jogador, levá-los aos limites. Já me aconteceu imaginar que um jogador não ia dar nada e tornou-se titular indiscutível, bem como o contrário. Vemos evoluções nos jogadores. Esperávamos mais de uns, menos de outros. Nesse sentido, não sou um treinador que pensa em gastar, gastar e gastar. O tempo é curto, não gosto de contratar por contratar. Gosto de otimizar o plantel, contratar quem realmente faz falta. Não gosto de ter um plantel de 30 jogadores, gosto de ter dois jogadores por posição. E que haja competição cá dentro. Entendo que haja jogos de três em três dias. Mas agora chego, há o Mundial de Clubes... Entendo que se passam coisas pelo meio. Não sei quantos jogadores vão sair nem quantos vamos contratar. O que posso dizer é que este plantel é o que vai connosco para o Mundial de Clubes. Com alguma cara nova? Talvez, sim. Mas gosto de ser muito cuidadoso, tentar acertar nas saídas e nas contratações. Tentamos trabalhar ao máximo no que o clube precisa, naquilo que imaginamos para o futuro.
— No final do jogo com o Boavista, disse que o lance do penálti foi o reflexo da época do FC Porto. O que quis dizer?
— Sim, se tiver de responder agora, digo que foi um erro de arbitragem. Porque fui ver as regras... Já sei que não me está a perguntar sobre a jogada, mas acho que não é penálti. É a minha interpretação. Querer aliviar uma bola que depois volta para a minha baliza... É o resumo da época. Há coisas que não têm explicação. É um resumo no sentido de que as coisas foram assim. Errámos, melhorámos, aconteceram coisas que não controlamos... Não tenho muito mais para dizer acerca disso. Nessa jogada, não podíamos fazer nada. Foi uma decisão da equipa de arbitragem.