
Pedro Gonçalves completa 27 anos e vai ser pai daqui a algumas semanas. Em entrevista ao Alta Definição o jogador do Sporting recordou a difícil batalha que travou com a companheira.
Pedro e Bruna, passaram por duas perdas gestacionais. Foi com emoção que o jogador do Sporting recordou esses abortos: «Tivemos uma fase muito complicada. Nós tivemos duas perdas gestacionais e é isso que ainda dói mais, porque estive presente nas duas. Chegou a haver batimentos, vimos o saco a sair. É muito doloroso. Naquele momento não sei como vivi aquilo porque é muito difícil mesmo. No jogo com o Tondela para a Taça de Portugal saí ao intervalo. Pedi dispensa ao mister Ruben Amorim e fui logo ter com ela ao hospital para que pudesse estar presente. Para mim foi terrível. Para ela foi ainda mais porque é o corpo dela, é ela que passa por aquilo. Eu tentei sempre ajudar ao máximo, tentei estar sempre presente, mostrar-lhe confiança, que as coisas iam correr bem, que ela é uma mulher incrível. Depois procurámos encontrar os melhores profissionais, a melhor ajuda e Graças a Deus encontrámos uns profissionais incríveis e fizeram o máximo possível para que tenhamos este milagre. Isso também me fez perceber que não sabemos o dia de amanhã. Estou um bocado receoso, mas com muita confiança que as coisas estão a correr bem, ela também já está mais avançada. As perdas que nós tivemos foram mais no início, mas o mais importante é que as coisas estão a correr bem agora e passo-lhe a mensagem de que ela é forte e que vai conseguir gerar vidas.»
Juntos na vida e no futebol, Pedro Gonçalves recordou a carinhosa relação com Ruben Amorim. «Tínhamos umas brincadeiras, somos parecidos. Talvez seja por causa disso que ele gosta tanto de mim, que eu gosto tanto dele, porque somos muito parecidos. Às vezes também gosto de dizer umas coisas e adoro-o principalmente como pessoa e como treinador. Ele deu-me o conselho de aproveitar todos os momentos para fazer o que quero. De não deixar o tempo passar. Temos que aproveitar todos os jogos, todos os dias em casa, seja um minuto, seja um segundo, seja 24 horas. Tentar fazer tudo aquilo que eu quero fazer no momento.»
Com Rui Borges a relação é boa, admitiu Pedro Gonçalves. Mas é preciso mais. Mais tempo de treino juntos, para fortalecerem os laços. Tempo que também ele precisou para se assumir como um dos líderes do Sporting: «Na minha cabeça sou o miúdo resmungão, que gosta de mandar as suas piadas. Mas para o grupo já é diferente. Quando estive cinco meses lesionado foi muito difícil e no primeiro treino houve um silêncio estranho.... Entrei no relvado em primeiro por meio de duas filas... No final do treino o adjunto chegou-se ao pé de mim e disse-me ‘nunca pensei que fosse assim’ pois deixaram as brincadeiras. Eles veem-me como líder e gostei de ouvir isso. Quando estou mais nervoso digo o que penso, mas quando estou mais descontraído e ouço coisas que não concordo, nem ligo. A jogar, gosto que me piquem.»