Tadej Pogacar voltou este sábado a lamentar a perda de João Almeida, que desistiu na nona etapa com uma costela fraturada, considerando que com o ciclista português teria tido uma última semana mais tranquila na Volta a França.

"Estou mesmo triste por termos perdido o João, porque a sua presença tornaria a última semana um pouco menos stressante para nós. Podíamos ter aspirado a mais uma boa classificação na geral e a outra vitória nos Alpes, mas nunca saberemos", declarou hoje o esloveno, na véspera de consumar o seu quarto triunfo final no Tour.

O líder da UAE Emirates referiu-se várias vezes ao seu companheiro luso desde que o quarto classificado do Tour2024 abandonou a 112.ª edição, dois dias depois de ter fraturado uma costela numa queda na parte final da sétima etapa, e hoje voltou a não se esquecer daquele que deveria ter sido o seu braço direito.

"O resto da equipa foi incrível desde o primeiro dia ao último quilómetro. Sem eles, este Tour seria miserável. Estou tão feliz por fazer parte deste grupo", pontuou.

Apesar de estar a apenas uma etapa de igualar as quatro vitórias do britânico Chris Froome, Pogacar ainda não quer festejar.

"Está mais ou menos feito, mas até cruzar a linha de meta em Paris... tenho de continuar concentrado com a equipa. Espero que amanhã [no domingo] seja um dia tranquilo", disse, assumindo não saber se irá lutar pela etapa: "Estamos todos cansados, veremos após a primeira subida como nos sentimos e se tentamos vencer ou apenas desfrutamos".

Este ano, a tirada final da 'Grande Boucle' inclui uma inédita subida à colina de Montmartre, que os ciclistas escalarão três vezes, nos derradeiros 40 quilómetros dos 132,3 entre Mantes-la-Ville e Paris.

"Temos uma equipa boa para amanhã [domingo], mas [a etapa] não se parece a uma clássica, é bastante curta", observou o ciclista da UAE Emirates.

No entanto, o inédito desenho da tirada não chegará para Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) recuperar os 04.24 minutos de desvantagem que tem para o esloveno de 26 anos, que também o bateu na luta pelo primeiro lugar em 2021 e 2024.

Hoje, ao cortarem a meta, após "um dia miserável", como descreveu o dinamarquês, numa alusão ao mau tempo, o campeão de 2022 e 2023 colocou a mão nas costas do seu rival, que falava com Wout van Aert, num gesto de paz após quase três semanas de trocas de declarações nem sempre simpáticas entre as duas equipas.

Quem também concluiu a etapa satisfeito foi Florian Lipowitz, o líder da juventude que estava preparado para o pior, mas acabou por ter uma jornada tranquila na defesa do seu terceiro lugar da geral.

"Foi uma etapa muito mexida, com muitos ataques, e fizemos um grande trabalho como equipa. Correu tudo bem e agora sinto um grande alívio", admitiu o alemão da Red Bull-BORA-hansgrohe.

Terceiro a 11.09 minutos de 'Pogi', o ciclista estreante não acredita que possa perder o último lugar do pódio para o britânico Oscar Onley (Picnic PostNL) na última etapa.

"Não espero que amanhã [no domingo] seja um dia espetacular, mas penso que será difícil. Também não vejo que acabe Numa chegada ao sprint, porque haverá muitos ataques na subida", previu.