Pedro Rodrigues assumiu, esta semana, a presidência da SAD do Vizela, após a saída de Joaquim Ribeiro do clube. Numa breve entrevista às redes do emblema minhoto, o dirigente esclareceu a condição financeira e os objetivos do clube para a próxima temporada, deixando palavras de louvor ao fundo de investimento que ajuda a suportar os custos.

Qual foi a sensação quando recebeu o convite para presidente da SAD? "Fiquei orgulhoso. Nunca esteve nas minhas expectativas quando vim para cá, nem sequer vice-presidente. Na altura, o presidente Joaquim Ribeiro solicitou-me e eu aceitei. Encarei este desafio como a continuidade. Algo que agradeço ao fundo de investimento o convite e a confiança. Mudança? É algo natural, passando para presidente, o Jean Moore para vice-presidente, portanto foi uma a forma mais tranquila para manter a estabilidade que queremos nesta fase."

Que capacidades tem para liderar o clube? "Conheço todos os dossiês que estavam em curso, conheço a forma como trabalhamos desde o primeiro dia, conheço todas as pessoas cá dentro e o que podem dar. Tudo isso são mais-valias, para que esta continuidade nos ajude a encarar o futuro."

A sua chegada ao Vizela e como viu o estado do clube: "Quando o convite me surgiu para vir para o Vizela, mentiria se não dissesse que senti receio. Tinha a minha pós-graduação em organização e gestão de futebol profissional, mas uma coisa é tu estudares, outra é viveres na prática. Ao final de alguns meses, senti que estava preparado, que dominava a maior parte dos dossiês, assim como senti que há muita gente que não está devidamente preparada. Olhando para o futebol em Portugal, quem pensa competir em ligas profissionais ou até mesmo em Liga 3, é irreal pensá-lo em fazer sem fundos de investimento."

A que se deve esse pensamento? "Tirando os clubes que competem na Europa, as únicas receitas que os clubes geram são televisivas. A mim assusta-me no parâmetro seguinte, porque todos estão a falar nos direitos como se viesse resolver tudo. O incremento que irá haver a nível de receitas não resolve os problemas que uma 2.ª Liga tem. Nunca se pode pensar que as despesas podem associar-se à descida das receitas."

Como vai encarar esta primeira temporada? "Com um rigor muito grande. A época termina no dia 30 de junho, a SAD vai fechar as suas contas, vamos ter o melhor resultado operacional que o Vizela já teve. Não podemos dar passos maiores do que a perna, não podemos comportar salários que não se ajustam ao nosso rigor orçamental. Para mim não é negociável, temos de gerir isto com orçamentos, temos de enfrentar a época até junho de 2026, não para o mês seguinte. O Vizela só tem um objetivo, que é regressar á 1.ª Liga. Esse objetivo só se constrói com a preparação para vencer todos os jogos. Sabemos da competitividade e sabemos que iremos ter, na próxima época, orçamentos muito maiores do que o nosso, mas temos de nos preparar com capacidade de confiar nas nossas pessoas. Não podemos entrar na época com desequilíbrios. Quando chegámos tínhamos uma situação muito difícil, as contas são públicas. Temos uma bancada incrível, um apoio diferenciado e o Vizela tem de jogar na 1.ª Liga."