No futebol atual, com épocas que podem facilmente chegar a 50/60 jogos, parece cada vez mais preponderante ter avançados mais capazes de fazer várias posições de ataque, com diversas funções e com (aproximadamente) a mesma eficiência, mantendo o seu instinto matador para finalizar de várias formas e distâncias. Aí, no topo do futebol mundial atual e com esse perfil, surgem dois nomes: Leandro Trossard (Arsenal) e Diogo Jota (Liverpool), que são usados como extremos, pontas de lança e o belga até tem vindo a ser usado como espécie de médio ofensivo/segundo avançado na ausência de Martin Odegaard.

Dependendo da temporada já os vimos a fazer coisas bem distintas. Veja-se que, por exemplo, Leandro Trossard, em 2022/2023, apontou um golo e dez assistências e, em 2023/2024, apontou dezassete golos e somou apenas um par de assistências.

Este texto visa identificar possíveis sucessores que os maiores clubes do panorama mundial devem olhar caso tenham a intenção de ir ao mercado à procura de avançados com perfil semelhante.

Olhando para o momento de forma atual, mas não apenas para isso, mas também para características como a ambidestria, a inteligência tática, a disponibilidade física e o faro de golo, surgem nomes como Omar Marmoush, Charles De Ketelaere, Albert Gudmundsson ou Éli Junior Kroupi.

Omar Marmoush (Eintracht Frankfurt)

Omar Marmoush vive, aos 25 anos, a sua melhor fase da carreira e é a grande surpresa da temporada e, quiçá, o jogador mais em forma do momento, com 14 golos e 10 assistências em 16 partidas.

Joga normalmente em dupla de ataque, ao lado de Hugo Ekitiké e tem uma bagagem infindável de recursos, seja para receber no pé ou no espaço, assumir o um para um ou rematar com muita espontaneidade. Esta temporada, também já jogou a partir do flanco esquerdo e o rendimento manteve-se bem alto. Para além disso, é um jogador que, no plano defensivo, é bastante dedicado e, também por isso, é o meu preferido para uma equipa da primeira prateleira que precise de alguém com este perfil.

Charles De Ketelaere (Atalanta)

Charles de Ketelaere foi o reforço mais sonante de um AC Milan que, em 2022/2023, procurava revalidar o título de campeão italiano. A verdade é que, Stefano Pioli nunca percebeu bem o jogador que tinha em mãos e, por isso, o jogador belga apenas ficou uma temporada em terras milanesas. O sucesso que teve ao serviço do Club Brugge, apesar de uma época “perdida” nos Rossoneri, continuou, a um passo a nordeste de Milão, em Bérgamo, ao serviço da Atalanta, aonde já vai na sua segunda temporada, agora numa transferência definitiva.

Se jogas bem com Gian Piero Gasperini, és bom jogador e, Charles de Ketelaere tem sido uma aposta recorrente nas escolhas do treinador italiano, seja para jogar na linha da frente ou como referência atrás do(s) avançado(s). É certo que, também pode jogar nas faixas, embora na Atalanta não o faça, pois, a turma bergamasca não alinha com extremos.

Com 1,92 metros, 24 anos e um arsenal de recursos técnicos tão abundante, seja para fazer movimentos de ataque à baliza, com e sem bola, ou para criar jogadas de verdadeiro perigo, Charles de Ketelaere é um jogador de perfil valiosíssimo. Nesta temporada, o belga já marcou dois golos e apontou seis passes para golo.

Albert Gudmundsson (Fiorentina)

Albert Gudmundsson é o jogador mais velho desta lista e é até provável que, após ter chegado à Fiorentina já com 27 anos, oriundo do Genoa, nem venha a dar o salto para o nível supremo do futebol europeu.

É um jogador muito técnico, disciplinado (em ambos os lados do campo) consistente e com um poder decisor acima da média. Não sendo muito forte nem muito alto, não é aposta recorrente para ser o homem mais adiantado de uma linha de ataque. Contudo, faz com facilidade qualquer posição atrás do ponta de lança, levando já três golos em cinco encontros nesta temporada.

Éli Junior Kroupi (Lorient)

Num prisma completamente oposto ao de Guðmundsson, Éli Junior Kroupi é, ainda, “um jogador-projeto” apesar de, aos 18 anos, já ter uma época inteira de Lorient na Ligue 1 e estar agora a brilhar na Ligue 2, ao serviço do mesmo clube com sete golos em dez partidas.

É um jogador com uma coordenação motora fora do comum, tornando as suas ações absolutamente suaves, estéticas e bem-sucedidas. Para além disso, é um jogador que entende muito bem os espaços onde deve colocar a bola, desde logo para rematar de longe, e onde se deve colocar para a receber. Totalmente normal que não seja evoluído fisicamente, mas talvez esse deva ser o próximo passo para se afirmar num clube com outras ambições.

Não tenho dúvidas que, se um clube precisar de um jogador com este perfil, estes nomes farão parte da sua lista de alvos e atentaremos se, nos próximos mercados, não veremos algum destes jogadores a dar o salto.