Nascido em Outubro de 1976 em Lagoa da Prata, no estado de Minas Gerais, Gilberto Aparecido da Silva juntou-se aos escalões de formação do América Mineiro com 12 anos. Vindo de uma família com dificuldades financeiras, e após a reforma do seu pai, Gilberto Silva abandonou os relvados com apenas 17 anos para suportar a sua família.

Em 1997, com a família em situação mais estável, Gilberto teve a oportunidade de relançar a sua carreira e estreou-se como profissional pelo seu clube de formação. Durante a sua primeira época como profissional, ajudou a equipa a vencer a série B e ascender ao Brasileirão.

Em 2000, com 24 anos, viria a trocar o América pelo rival Atlético Mineiro. Assumiu então a posição de médio defensivo que lhe é comumente associada, por iniciativa do técnico Levir Culpi.

As suas exibições categóricas pelo Atlético foram reconhecidas pelo selecionador Luiz Felipe Scolari, que o incluiu na convocatória para o Mundial de 2002. Foi já com o estatuto de campeão do mundo que chegou à Premier League, assinando pelo Arsenal de Arsène Wenger.

A alcunha de “parede invisível” não lhe podia assentar melhor. Com um sentido de posicionamento incrível, Gilberto Silva não precisava de ser um sprinter para desempenhar com eficácia as suas funções defensivas. Quase sempre no sítio certo, foi um dos melhores a intercetar passes e a parar contra-ataques, sem que isso se traduzisse em problemas disciplinares. Graças aos seus 1.85m vencia grande parte dos duelos aéreos e adaptou-se com relativa facilidade à dimensão física do futebol inglês.

No momento ofensivo tratava de não inventar: o seu papel era o de lançar os jogadores mais rápidos e criativos como Henry, Ljungberg ou Bergkamp, e cobrir os espaços que eram abertos pela subida dos seus companheiros de meio-campo, o que acontecia tipicamente com o box-to-box Patrick Vieira.

Pelo clube inglês, foi peça fulcral do plantel dos invencíveis em 2003/04, acrescentando a esse título duas Taças de Inglaterra e duas Supertaças. Em 2005/06 foi finalista vencido da Champions League, frente ao Barcelona, título que continua a escapar ao emblema do norte de Londres.

Na seleção canarinha, Gilberto Silva era o elemento que garantia segurança e permitia às estrelas Rivaldo, Ronaldinho e Ronaldo aventurarem-se no ataque sem preocupações de maior. Para além do Mundial de 2002, em que cumpriu todos os minutos, foi ainda campeão da Taça das Confederações em 2005 e 2009 e da Copa América em 2007.

Após o pico da carreira, deixou ainda a sua marca no Panathinaikos, vencendo o Campeonato e a Taça da Grécia em 2009/10. Regressou ao Brasil pela porta do Grémio e pendurou as chuteiras no Atlético Mineiro, aos 37 anos.

Durante a sua “reforma”, Gilberto Silva tem mantido muitas das características que o destacaram como jogador. Ativo em causas sociais e sempre ligado ao desporto rei, vai trabalhando de forma discreta, mas ativa no sentido de exacerbar os valores do fair-play e dar oportunidades a quem precisa/merece.