O Monstro das Laranjeiras, ou o Rolls Royce dos defesas. Thiago Silva terá nesta terça-feira, às 20h, um encontro emotivo contra o seu ex-clube, o Chelsea. O defesa central é ídolo dos blues tanto quanto do Fluminense, e a sua presença na meia-final do Mundial de Clubes tem recebido atenção especial em Inglaterra.
«Monstro», «Rosto familiar», «Sempre jovem»... Praticamente todos os jornais ingleses têm em Thiago Silva uma das referências para falar do confronto do Chelsea contra o tricolor. Arias, pelo seu desempenho, e Renato Gaúcho, tratado como uma figura folclórica, são os outros temas recorrentes ao analisar a equipa carioca.
A história de idolatria no Fluminense é simples de explicar. Thiago Silva é produto da formação do clube e, embora tenha saído para procurar espaço no início da sua carreira, com algum destaque no Juventude, foi para casa que voltou quando tudo parecia ter falhado - superando uma tuberculose quase fatal que o fez ter uma passagem anónima pelo FC Porto (atuou na equipa B) e Dínamo Moscovo.
4 
1 No Fluminense, Thiago Silva cresceu. E com Renato Gaúcho passou a ser o «Monstro» - foi o treinador que popularizou o apelido. O defesa central ganhou a Copa do Brasil e ficou perto de conquistar a Libertadores, com o vice-campeonato, abrindo espaço para a carreira na Europa.
Ídolo também do Milan e PSG
Thiago Silva chegou ao Milan com uma missão ingrata: ser o sucessor de Paolo Maldini, simplesmente um dos defesas mais célebres da história do jogo. Num momento de transição no Rubro-Negro, o brasileiro conseguiu tornar-se referência defensiva, e ganhou do próprio Maldini o título simbólico de herdeiro.
«Ser comparado a Thiago Silva é um elogio para mim», resumiu Maldini.
Thiago Silva foi campeão italiano com o Milan e, ao lado do seu companheiro Ibrahimovic, deu início a uma nova dinastia em França. De capitão e ídolo no Milan, desembarcou em Paris para se tornar num dos maiores da história do PSG, com sete títulos nacionais, entre outros.
Foi a tempo de ser feliz em Inglaterra
Perto de completar 36 anos, Thiago Silva foi uma aposta surpreendente do Chelsea. Dispensado após atritos com Leonardo no PSG, o defesa central veterano assinou por uma temporada com os blues, sem grandes expectativas de ir muito além: serviria de referência experiente para uma equipa repleta de jovens.
Os londrinos receberam ainda naquela temporada o antigo treinador de Thiago, Thomas Tüchel. Juntos, conseguiram o que não haviam conseguido em Paris: conquistar a Europa.
Thiago Silva acabou por permanecer por quatro temporadas no Chelsea. Mais que isso: tornou-se ídolo por lá, ao ponto de formar dupla com John Terry na seleção dos melhores da história do clube. Terry que, ao contrário do brasileiro, começou a carreira por lá e a passou praticamente toda em Stamford Bridge.
Hoje, apesar de morar no Brasil, Thiago Silva tem dois filhos adolescentes em atividade na formação do Chelsea. O defesa tem também aperfeiçoado o seu inglês - o clube mantém as portas abertas para um retorno em outras funções. Enquanto isso, o «Monstro» segue vestindo a camisola tricolor, e quer continuar a fazer história.
Texto adaptado da versão publicada no Ogol, domínio brasileiro do zerozero.