Luís Duque, antigo presidente da Liga, lançou um comunicado a expor falsidades de Pedro Proença.  

«Repor a verdade» foi o nome dado ao comunicado por Luís Duque, que se mostra disponível para divulgar contratos que provam que a Liga não estava em pré-falência. 

«Na sua despedida da Liga Portuguesa de Futebol, o Dr. Pedro Proença afirmou que a encontrou num estado lastimável e em situação de pré-falência. Essa afirmação, uma repetição de outras feitas nos últimos anos, não corresponde à realidade. Em mais do que uma ocasião, alertei o então presidente da Liga Portuguesa de Futebol para esta imprecisão da sua parte, tendo sempre recebido a garantia que, em ocasião pública posterior, iria corrigir o lapso e que reconheceria que, na realidade, herdou uma Liga Portuguesa de Futebol, não apenas com os cofres cheios, mas com receitas suficientes para garantir a sua sustentabilidade nos anos seguintes. Infelizmente não só nunca o fez, como, optou, na sua despedida, por repetir esta afirmação», escreveu Luís Duque, também antigo presidente da Sporting SAD e Associação de Futebol de Lisboa. 

«Em consciência não posso continuar a deixar passar em claro estas afirmações, que diminuem o extraordinário trabalho da equipa que tive a honra de liderar na Liga Portuguesa de Futebol, em conjunto com os administradores João Martins e Luís Costa, que conseguiu, com um grande esforço e abnegação, recuperar a situação financeira da Liga, em pouco mais de 6 meses, e entregá-la com as contas saneadas e com fontes de rendimentos que garantiam a sua sustentabilidade», prosseguiu, lembrando os «vários patrocínios essenciais, como o da NOS, da OLIVEDESPORTOS, ou da SAMSUNG». 

«Demos início à renegociação das taxas de inscrição dos jogadores nas transferências internacionais, processo que veio a ser concluído por Luís Costa, no primeiro mandato do Dr. Pedro Proença e que permitiu à Liga aumentar as suas receitas em cerca de €1.000.000,00 (um milhão e meio de euros) ano. O esforço de recuperação da Liga não se ficou pelas receitas. Reestruturámos as competições profissionais, reduzindo o número de clubes que participavam na 2ª Liga, de 24 para 18 Clubes, aumentando a sua competitividade e diminuindo as despesas. A redução de 552 para 306 jogos permitiu uma redução na despesa de cerca de € 1.0 00.000,00 (um milhão de euros), o que contribuiu significativamente para os exercícios positivos seguintes», acrescentou. 

Por fim, Luís Duque desejou «os maiores sucessos, pessoais e profissionais» a Pedro Proença enquanto presidente da Federação Portuguesa de Futebol. 

Comunicado na íntegra:

«1. Na sua despedida da Liga Portuguesa de Futebol, o Dr. Pedro Proença afirmou que a encontrou num estado lastimável, e em situação de pré-falência. Essa afirmação, uma repetição de outras feitas nos últimos anos, não corresponde à realidade. Em mais do que uma ocasião, alertei o então presidente da Liga Portuguesa de Futebol para esta imprecisão da sua parte, tendo sempre recebido a garantia que, em ocasião publica posterior, iria corrigir o lapso e que reconheceria que, na realidade, herdou uma Liga Portuguesa de Futebol, não apenas com os cofres cheios, mas com receitas suficientes para garantir a sua sustentabilidade nos anos seguintes. Infelizmente não só nunca o fez, como, optou, na sua despedida, por repetir esta afirmação. 

2. Em consciência não posso continuar a deixar passar em claro estas afirmações, que diminuem o extraordinário trabalho da equipa que tive a honra de liderar na Liga Portuguesa de Futebol, em conjunto com os administradores João Martins e Luís Costa, que conseguiu, com um grande esforço e abnegação, recuperar a situação financeira da Liga, em pouco mais de 6 meses, e entregá-la com as contas saneadas e com fontes de rendimentos que garantiam a sua sustentabilidade. 

3. Quando a minha equipa e eu iniciámos o trabalho na Liga Portuguesa de Futebol, esta encontrava-se numa situação dramática. Não só não havia dinheiro disponível em caixa, nem receitas comerciais para receber, como havia um enorme conjunto de dívidas acumuladas, como por exemplo aos árbitros, como o Dr. Pedro Proença se deve recordar, que ameaçavam parar os jogos das ligas profissionais com uma greve. 

4. Com muito trabalho, e também graças à confiança dos nossos parceiros, a equipa que liderei garantiu vários patrocínios essenciais, como o da NOS, da OLIVEDESPORTOS, ou da SAMSUNG, conseguindo assim garantir o futuro das ligas profissionais, incluindo a Taça da Liga, que se encontrava ameaçada pela falta de receitas. 

5. Também foi graças ao nosso trabalho que, ao contrário do que estava a princípio previsto na portaria que regulava as apostas desportivas online e de base territorial em Portugal, as receitas fossem também distribuídas pelos Clubes profissionais e pela Liga, e não apenas à Federação Portuguesa de Futebol. 

6. Demos início à renegociação das taxas de inscrição dos jogadores nas transferências internacionais, processo que veio a ser concluído por Luís Costa, no primeiro mandato do Dr. Pedro Proença e que permitiu à Liga aumentar as suas receitas em cerca de €1.000.000,00 (um milhão e meio de euros) ano. 

7. O esforço de recuperação da Liga não se ficou pelas receitas. Reestruturámos as competições profissionais, reduzindo o número de clubes que participavam na 2ª Liga, de 24 para 18 Clubes, aumentando a sua competitividade e diminuindo as despesas. A redução de 552 para 306 jogos permitiu uma redução na despesa de cerca de € 1.0 00.000,00 (um milhão de euros), o que contribuiu significativamente para os exercícios positivos seguintes. 

8. Se isolarmos o tempo da minha presidência da Liga, entre novembro de 2014 e julho de 2015, seria fácil verificar um extraordinário superavit, com as receitas angariadas a ultrapassar largamente a despesa – isto sem considerar a enorme redução das despesas obtida com as decisões tomadas e que tiveram impacto nas épocas desportivas seguintes. Sobre os factos que aqui expus, estamos disponíveis a apresentar toda a documentação necessária, a começar pelos vários contratos de patrocínios que celebrámos, e que garantiram que o fosse possível ao Dr. Pedro Proença, apresentar resultados positivos na sua primeira prestação de contas, que resultou da aplicação do nosso orçamento. 

9. Este comunicado não tem como fim atacar ninguém, aliás fiz questão de esperar pelo fim do processo eleitoral da Federação Portuguesa de Futebol, de forma a não interferir nele. Contudo, em consciência, não posso deixar, por respeito ao esforço da equipa que me acompanhou na Liga Portuguesa de Futebol, a quem tanto deve o futebol nacional, de repor a verdade sobre a situação financeira da Liga Portuguesa de Futebol no fim do meu mandato. 

10. Termino desejando ao Dr. Pedro Proença, cujos méritos na Liga Portuguesa de Futebol são reconhecidos, os maiores sucessos, pessoais e profissionais, na sua nova missão, enquanto presidente da Federação Portuguesa de Futebol.»