
O selecionador português assumiu esta quarta-feira que o primeiro objetivo para a estreia de Portugal no Europeu feminino de basquetebol é vencer um jogo e depois sonhar com uma possível qualificação para a segunda fase.
Em declarações aos jornalistas durante o estágio da seleção lusa, para a estreia numa grande competição, Ricardo Vasconcelos garantiu que o "primeiro objetivo é ganhar um jogo", num Grupo C que se disputa em Brun, na República Checa, e no qual estão a seleção anfitriã, a campeã Bélgica e Montenegro.
"Antes dele [objetivo de uma vitória] não temos o segundo. Nós não podemos, neste momento, pensar noutra ideia que é que nós nunca estivemos no Europeu, estamos, também está feito. Portanto, não podemos ficar por aqui. O próximo objetivo é ganhar um jogo", assumiu.
Ricardo Vasconcelos admite que não será fácil vencer logo na primeira jornada, em 19 de julho, porque vai defrontar a atual campeã Bélgica, mas acredita que há possibilidade de Portugal conseguir chegar à segunda fase, em Atenas.
"Mas esse é o nosso grande objetivo. Se uma ou mais vitórias nos permitem chegar [à fase final], nós vamos sonhar. O basquetebol tem uma coisa fantástica, não há empates. Não podemos jogar com uma estratégia de empate. Temos de jogar com uma estratégia de vitória, sempre, independentemente de o nosso rival ser melhor ou mais favorito do que nós. Nós vamos com ideias claras. Para nós, o primeiro grande objetivo é ganhar um jogo", assegurou.
Temos muitas estrelas bonitas, mas não temos a jogadora que sobressai em relação às outras todas"
Ricardo Vasconcelos
Selecionador nacional feminino
No arranque do estágio, em Queluz, no concelho de Sintra, Ricardo Vasconcelos sente a equipa com "muita vontade e disponibilidade mental, física" para atacar esta fase, sempre "muito intensa", após uma época desgastante, com jogadoras que estão paradas há um mês e outras que apenas terminaram os campeonatos na última semana.
O selecionador assumiu que a estratégia para o Europeu será "ser coletivos", sem depender de nenhuma jogadora, até porque Portugal neste momento não tem jogadores que recebem a bola e "resolvem os problemas, constroem os seus próprios tiros".
"Somos uma equipa que tem que ser muito tática... tem que ser muito equipa para poder resolver problemas defensivos e ofensivos. E continuaremos nessa dinâmica. Não faz sentido mudá-la, porque ela trouxe-nos até aqui e é o que se ajusta, na nossa opinião, à equipa que temos", prosseguiu.
Em relação à forma de encarar os jogos, afirmou: "Nós temos de estudar bem [os adversários], criar os problemas diferentes que os outros realmente não criam. Temos de os surpreender de alguma maneira, porque não temos realmente a jogadora estrela. Não existe na nossa equipa essa jogadora. Temos muitas estrelas bonitas, mas não temos a jogadora que sobressai em relação às outras todas".
Para fazer a lista de 16 jogadoras chamadas para o estágio, da qual vão sair as 12 que vão ao Europeu, Ricardo Vasconcelos apostou em grande parte das atletas que fizeram a qualificação, lembrando que "há erradamente a ideia de que são as 12 melhores jogadoras que têm de estar" na seleção, mas sim "as 12 jogadoras que fazem uma melhor equipa".
"Estas são jogadoras que trabalharam muito para chegar aqui, sem dúvida, são jogadoras de muita persistência, de muita dedicação, de muito esforço para podermos estar hoje aqui e merecem estar aqui. Outras, se calhar, também poderiam merecer, mas estas realmente trabalharam muito para que isso fosse verdade", afiançou.
Ricardo Vasconcelos disse ainda estar bastante satisfeito com os sete jogos de preparação que vai fazer antes do Europeu, com Eslovénia, Suíça, Espanha e Sérvia, embora assuma que preferia ter mais adversários diferentes, para também ter de responder a outros problemas.
"Diferentes, desde logo, porque todas elas obviamente têm estruturas físicas superiores às nossas, mas isso é um dado comum. Mas a velocidade de jogo de uma equipa como a Espanha é diferente da velocidade de jogo de uma equipa como a Suíça. A ideia de intensidade defensiva de uma equipa como a Sérvia é diferente de uma equipa como a Eslovénia. Portanto, eles vão-nos criar problemas diferentes", referiu.
Portugal vai fazer a estreia no Europeu a 19 de julho, frente à Bélgica, seguindo-se, no dia seguinte, o confronto com a República Checa, fechando a prestação na fase de grupos com Montenegro, no dia 22.