O percurso de Rui Borges diante de Benfica e FC Porto é quase imaculado. Bateu as águias por 1-0 para a Liga e empatou na final da Taça da Liga, embora sem êxito no desempate através de grandes penalidades (6-7).  

Na meia-final da Taça da Liga, em Leiria, o Sporting ganhou ao FC Porto por 1-0 e agora, já esta sexta-feira, desloca-se a casa dos dragões para o jogo da jornada 21. 

O treinador do Sporting, para já, ainda não perdeu com Benfica (resultado: 1-1; desempate 6-7) e FC Porto (1-0 e 1-0). Poderá integrar, caso os leões não percam agora com os dragões, um reduzidíssimo lote de mais quatro técnicos que não perderam nos quatro primeiros jogos perante os dois velhos rivais. 

Jorge Jesus é o líder absoluto desta lista: VVVV em 2015/2016. Nenhum outro treinador dos leões conseguiu quatro vitórias nos quatro primeiros grandes clássicos.

JJ, há nove anos, ganhou a Supertaça Cândido de Oliveira frente ao Benfica (1-0), foi ao Estádio da Luz vencer (3-0) na jornada 8, ganhou em Alvalade para a Taça de Portugal aos encarnados (2-1) e venceu, ainda em casa, o FC Porto (2-0) na jornada 15 da Liga. Perderia o primeiro clássico, em Alvalade, com o Benfica (0-1), na jornada 25. Mas já era o quinto. 

Seguem-se, sem derrotas nos primeiros quatro clássicos com Benfica e FC Porto, Fernando Vaz (VEVV), Rodolf Jenny (EEVV), Laszlo Boloni (VEEE) e Marco Silva (EEVE). Rui Borges vai, para já, em VVE. Se ganhar no Dragão igualará Fernando Vaz. Se empatar, igualará Jenny. Se perder, fica de fora desta curta lista.  

Quarto clássico em apenas 41 dias

O Benfica foi o primeiro adversário de Rui Borges enquanto treinador do Sporting. A estreia deu-se a 29 de dezembro de 2024, em Alvalade. Completar-se-ão amanhã, no Estádio do Dragão, 41 dias desde esse primeiro encontro. E muito dificilmente o treinador leonino poderia ter arranque mais difícil, pois 40 por cento desses jogos, incluindo já o de amanhã, foram perante os mais complicados rivais nacionais: Benfica e FC Porto.

Bateu o Benfica por 1-0 na jornada 16, golo de Catamo (29’). Nove dias depois, em Leiria, a 7 de janeiro, na meia-final da Taça da Liga, 1-0 ao FC Porto, golo de Gyokeres (56’). A 11 do mesmo mês, 1-1 com o Benfica na final da prova (6-7 no desempate por grandes penalidades), golo de Gyokeres (42’). Agora, menos de mês e meio após o primeiro clássico com a camisola verde e branca, surge o quarto: FC Porto-Sporting da jornada 21.

Nenhum treinador do Sporting, em bem mais de um século de história, teve calendário tão complicado para começar a trabalhar. Nos primeiros dez jogos, Rui Borges teve dois com o Benfica e terá outros dois com o FC Porto, contando já com o de amanhã. Só outros dois treinadores tiveram arranques de igual grau de dificuldade.

O primeiro foi Fernando Argila, em 1966/1967. Jogou duas vezes com Benfica e FC Porto, para o Campeonato Nacional e para a Taça de Portugal: 0-1 nas Antas e 0-3 na Luz para a Liga e 1-1 em Alvalade e 0-3 nas Antas, ambos para a Taça de Portugal com os dragões.

O segundo foi Octávio Machado, em 1995/1996. Três jogos com o FC Porto e um com o Benfica nos primeiros dez jogos como treinador principal dos leões: 1-1 e 1-0 para a Taça de Portugal e 3-0 para a Supertaça Cândido de Oliveira com os dragões e 1-3 na final da Taça de Portugal, com as águias.

Abaixo de 15 jogos para disputar quatro com Benfica e FC Porto surgem ainda Joaquim Ferreira (11 em 1944/1945), Joseph Szabo (13 em 1936/1937) e Wilhelm Possak (13 em 1935/1936).

Harder é o 4.º mais eficaz da Liga

Viktor Gyokeres é um caso à parte. Marca a cadência notável: a cada 80 minutos, em média, faz golo. Ou seja, estes dois jogos de fora (Bolonha e Farense) significam dois golos a menos na contabilização do sueco. Segue-se Samu. Dezoito golos em 2014 minutos com a camisola do FC Porto é, igualmente, uma média fantástica. Dá um golo a cada 112 minutos. Só Gyokeres e o pouco utilizado Amdouni (remate certeiro a cada 103 minutos) fizeram melhor até agora.

Depois aparece Coran Harder. Desperdiçou já alguns golos que pareciam certos, sim senhor, mas vai marcando com muito boa regularidade. Um golo a cada 116 minutos. Quase ao nível de Samu. O dinamarquês, potencial substituto de Gyokeres no Dragão, é o 4.º melhor marcador da Liga, se olharmos para a média de minutos de que precisa para fazer um golo.

A seguir ao 19 dos leões, aparecem Arthur Cabral (!), Clayton, Di María, Bruma, Pavlidis e Cassiano.