
O selecionador masculino de judo, Pedro Soares, considerou "medíocre" o desempenho da seleção nos Mundiais de Budapeste, colocando à parte dessa avaliação Oto Kvantidze (sétimo) e João Fernando (nono).
"De uma maneira geral, quatro atletas, um sétimo lugar, considero a prestação medíocre, fraca. Mas são os atletas neste momento que compõem a equipa masculina e há que esperar, em suma, que os dois atletas mais jovens cresçam, o Fernando [João] decida a sua vida e o Fonseca deixe de cometer erros", disse Pedro Soares.
Apesar da desilusão, o treinador 'separou' os desempenhos de Oto Kvantidze (sétimo em -73 kg) e João Fernando (nono em -81 kg) dos restantes, com ambos a vencerem dois combates, com a diferença de que o segundo judoca entrou na primeira ronda.
"O Oto, penso que pelo facto de ser o atleta mais jovem, pelo facto de ter eliminado o campeão olímpico, campeão do mundo e campeão da Europa [Heydarov] de uma forma brilhante e por ter o resultado mais honroso da seleção masculina, que é o sétimo lugar, embora apenas com duas vitórias, as mesmas que o João Fernando, que começou um bocadinho mais atrás", destacou o selecionador.
Quanto a João Fernando, o treinador voltou a frisar o potencial do judoca do Sporting, mas que se divide -- atualmente com pouca atividade no circuito internacional -- entre o judo e a carreira profissional, com a aposta na aviação.
"O Fernando também esteve muito bem, por tudo aquilo que lhe disse antes desta competição. É o nosso único atleta que chega aqui sem qualquer estágio internacional, sem qualquer prova internacional feita anteriormente. O seu talento fez com que eliminasse também um cabeça de série, vencesse um atleta da casa e só sucumbisse frente a um atleta também muito forte [Nugzari Tatalashvili]", acrescentou.
De Jorge Fonseca, bicampeão mundial e bronze olímpico, o treinador que o trouxe para o judo lamentou o erro cometido no segundo combate, nos 16 avos de final, definindo-o como uma "infantilidade".
"Eu estava convicto de que poderia ter vencido [Dzhafar Kostoev], mas o erro é demasiado infantil para poder ser cometido numa competição destas. Não é um erro que acompanha um atleta deste nível, nem desta craveira. Digamos que se aceita pelo cansaço, mas é um erro inadmissível", referiu.
Em relação a Miguel Gago (-66 kg), o selecionador considerou que o judoca da Académica, apesar de estreante, ficou "aquém das expectativas".
"Não só pelo facto de não ter vencido nenhum combate, mas também dentro do próprio combate, numa observação muito objetiva, digamos que não conseguiu disputar, nem entrar no mesmo, não conseguiu mostrar que poderia vencer aquele combate", concluiu.