
O Arsenal escreveu mais uma página a letras douradas na história do futebol feminino. As gunners venceram, este sábado, o Barcelona, por 1-0, no Estádio José Alvalade, e sagraram-se campeãs europeias pelas segunda vez, 18 anos depois.
O Barcelona chegou a esta final com rótulo de favorito, fruto das últimas cinco presenças como finalista, tendo vencido o troféu por três vezes, duas delas consecutivas. Mas o que as catalãs não esperavam é que o Arsenal chegasse a Lisboa para jogar olhos nos olhos, sem as mesmas armas, é certo, mas com a lição mais do que estudada.
Certo é que pertenceram às londrinas as oportunidades mais flagrantes do jogo, causando ao Barcelona uma sensação estranha de pressão a que estão pouco habituadas e, fruto disso, o jogo fluído, com bola nos pés, e construção até à baliza foi escasso.
Aliás, diga-se que na primeira parte ainda se gritou golo em Alvalade, depois de Irene Paredes ter feito um mau alívio, introduzindo a bola na própria baliza, mas posteriormente o lance viria a ser anulado após consulta ao VAR, que indicou posição irregular a Frida Maanum, aquando do cruzamento.
Na segunda parte, o Barcelona apresentou-se mais acutilante, é certo, mas a defesa do Arsenal parecia um relógio suíço, certinha, certinha, para desespero das catalãs.
Nas bancadas um ambiente incrível, com 38.356 espectadores em Alvalade, mas no relvado as espanholas passavam por um mau bocado. E conforme o tempo de jogo avançava, mais confiança tinham as jogadoras do Arsenal, que nunca abdicaram de chegar à baliza de Cata Coll, que rubricou excelente exibição, tal como a sua homóloga Van Domselaar.
Até que a sueca Stina Blackstenius, recém entrada no jogo, deixou a sua marca no jogo ao assinar aquele que viria a ser o único golo da partida.
Depois foi ver um Barcelona a jogar mais com o coração do que com a cabeça e um Arsenal a gerir o resultado.
Senhoras e senhores, eis o novo campeão da Europa: Arsenal.
«Não fizemos um grande jogo», disse Pere Romeu
O treinador do Barcelona, Pere Romeu, surgiu na sala de imprensa visivelmente agastado, não escondeu a desilusão pela derrota: «Esperávamos uma final assim, são momentos complicados, evidentemente. A temporada está a ser boa, chegámos aqui em muito boas condições, mas é verdade que estes 90 minutos não definem o que foi toda a temporada. Acho que não fizemos um grande jogo. Temos experiência, a equipa maduro, sabemos que numa final de 90 minutos tudo pode acontecer. Ainda temos um título pela frente, que é a Taça do Rei, lutaremos com a máxima ilusão e humildade para a tentar ter no final da época. Em relação ao jogo, não tivemos superioridade, fez com que não conseguíssemos instalarmo-nos no campo rival. Na segunda parte melhorámos, mas não foi suficiente.»
Em atualização