Com os Celtics a terem sido surpreendentemente colocados à venda a 2 de julho, apenas duas semanas após a conquista do 18.º título da sua história, recorde da NBA, e entretanto mantendo a estrutura que lhes permite permanecer na corrida a repetir o êxito em 2024/25, a Boston Basketball Partners L.L.C., maior acionista do clube, mantém o desejo de, pelo menos, despachar a maior parte da sua quota até final do ano ou, no máximo, no início de 2025.
Mas se, até ao momento, ainda não apareceu alguém interessado, a solução poderá estar nos próprios Celtics. Steve Pagliuca, de 69 anos, que com a família Grousbeck detém a BBP, além de não desejar abdicar da posição de acionista, estará interessado em ampliar os seus 20%.
Por isso, nas últimas semanas, tem contactado vários sócios minoritários, juntos têm quase 30%, para se juntarem a ele na compra da quota dos Grousbeck, ou até da L.L.C., para evitar que surja algum tubarão multimilionário na corrida sem olhar a limites na compra.
Pagliuca, que também é coproprietário do Atalanta, da Serie A italiana, que em 2023/24 venceu a Liga Europa. já contratou os serviços dos bancos de investimento Raine Group e Allen & Co. para o auxiliarem na apresentação da proposta. Antes disso, há um mês os Grousbeck solicitaram à JPMorgan e à BDT &MSD Partners para selecionarem possíveis reais interessados para iniciar contactos.
Note-se que, na passada semana, a revista Forbes publicou a sua tradicional avaliação anual dos clubes da NBA, mantendo os Celtics como o quarto mais valioso: 6 mil milhões de dólares (5,56 mil milhões de euros. Apenas atrás de Warriors (€8,159 mil milhões), Knicks (6,9 mil milhões) e Lakers (6,58 mil milhões).
A família Grousbeck detém aproximadamente 30 por cento dos Celtics, mas é o patriarca, Irving Grousbeck, de 90 anos, que é dono de mais de 20%. E é por causa dele, que não concorda com a gestão que tem sido feita a nível de contratos com jogadores, o que nas próximas épocas obrigará ao pagamento de muitos milhões de dólares à NBA por causa das taxas de luxo que ultrapassam em muito o tecto salarial, que os Celtics estão à venda.
De certa forma contra a vontade do filho Wyc Grousbeck, há muito CEO do clube — foi quem entregou o anel de campeão a Neemias Queta —, mas detentor de apenas 3%.
Foi o próprio Wyc a fazer o anúncio da intenção de venda, mas com a condição de manter o lugar de representante da equipa no Board of Governors da Liga até 2028. Período que aceitam que seja necessário para a concluir a compra.
Prevê-se que a partir de 2025/26, quando a taxa de luxo da NBA ainda se tornar mais dura, os Celtics tenham de pagar mais de $510 milhões (€470,6 milhões) entre salários e taxas de luxo.
A NBA não é favorável a vendas prolongadas e o commissioner Adam Silver fez questão de o dizer publicamente no início da 79.ª temporada, mas no caso de Boston parece disposta a abrir uma exceção.
Até porque a concretização da venda pode ajudar a balizar a joia a exigir a quem quiser entrar para a NBA ao adquirir um dos dois clubes que deverão surgir na expansão da Liga em 2027/28, provavelmente em Seattle e Las Vegas.
A última grande venda de uma equipa foi em 2023, quando Mat Ishbia assumiu o controlo dos Phoenix Suns por $4 mil milhões (€3,7 mil milhões). Em 2002, a Boston Basketball Partners L.L.C. comprou os Celtics por... $360 milhões (€336 milhões).
Um senão na aquisição da franchise é esta não ser proprietária do TD Garden e por isso o grupo não beneficiar das receitas dos outros eventos que se realizam no pavilhão e que fariam aumentar os lucros e diminuir a despesa do aluguer do mesmo.