As principais construtoras de MotoGP apostam forte em desenvolvimentos aerodinâmicos durante a sessão oficial de testes em Aragão, com várias equipas a apresentarem as que poderão ser as suas únicas atualizações da época.

O circuito de Aragão transformou-se numa verdadeira bancada de ensaios para o futuro do MotoGP, com as equipas a focarem-se intensivamente no desenvolvimento aerodinâmico das suas máquinas. Marc Márquez lidera os tempos enquanto testa a nova configuração aerodinâmica da Ducati, que também está a ser experimentada pelo seu colega de equipa Francesco Bagnaia.

Ducati

A Ducati Lenovo apresentou-se em Aragão com novidades significativas na frente aerodinâmica. Para além das modificações nas carenagens, a equipa VR46 está a experimentar o disco de travão maior que proporcionou a Bagnaia uma melhoria crucial no comportamento da dianteira durante o Grande Prémio de domingo.

A aposta da marca italiana parece estar a dar frutos, com os pilotos da equipa oficial a dominarem as posições cimeiras durante as primeiras sessões de teste.

KTM e Aprilia

A KTM não ficou atrás na corrida ao desenvolvimento, apresentando também uma nova configuração de carenagem visível na Tech3. Maverick Viñales, que experimentou o sistema, mostrou-se satisfeito com as melhorias na capacidade de curva, embora tenha identificado a necessidade de trabalho adicional no comportamento em travagem.

O construtor austríaco continua também a desenvolver o controverso ‘mass damper’ no chamado ‘salad box’, um sistema que Viñales considera promissor para a redução de vibrações, mas que requer afinação perfeita para evitar efeitos contraproducentes.

A Aprilia, por sua vez, mantém-se discreta sobre os seus desenvolvimentos aerodinâmicos. Marco Bezzecchi evitou revelar detalhes, limitando-se a admitir que as modificações testadas poderão constituir a única atualização significativa da equipa durante a presente época.

Yamaha

Enquanto as rivais se concentram na aerodinâmica, a Yamaha enfrenta desafios mais fundamentais. Miguel Oliveira está a testar múltiplas variantes de motor, aerodinâmica e braço oscilante, numa tentativa de recuperar competitividade para a M1.

Fabio Quartararo, apesar de reconhecer pequenas melhorias com as novas peças, mantém-se preocupado com os problemas eletrónicos que continuam a afetar o desempenho da máquina japonesa. O francês admitiu que mesmo após um fim de semana completo de corrida, a equipa ainda não conseguiu dominar completamente estes sistemas.

Honda

A Honda surge com uma abordagem diferente, concentrando-se no desenvolvimento estrutural. Joan Mir, que conquistou o seu melhor resultado desde 2023 com o sétimo lugar no domingo, está a experimentar um braço oscilante de fibra de carbono desenvolvido pelos pilotos de testes Aleix Espargaró e Takaaki Nakagami.

Michelin

Para além dos desenvolvimentos das equipas, os testes de Aragão servem também como laboratório para o futuro dos pneus da categoria. Todos os pilotos têm previsto experimentar o novo pneu dianteiro Michelin destinado à época de 2026, com uma decisão final sobre a sua introdução a ser tomada após esta sessão de testes.

Comunicações: O desafio continua

Os testes prosseguem também com o desenvolvimento dos sistemas de comunicação por rádio nos capacetes. Apesar dos progressos técnicos, Lorenzo Savadori e Alex Márquez relataram que persiste o problema fundamental da dificuldade de audição a altas velocidades nas retas – precisamente onde a comunicação com a Direção de Corrida seria mais necessária.

Com as equipas a aproveitarem intensivamente estas horas de teste para definir as configurações que poderão marcar o resto da época, Aragão confirma-se como um momento crucial para o desenvolvimento técnico do MotoGP moderno.

Fonte das fotos: Crash.net