O Internazionale deslocou-se à Alemanha na primeira mão dos quartos de final da liga dos Campeões e levou de vencida a equipa da casa, o Bayern Munchen, por 1-2.

Uma verdadeira lição de cinismo dada pelos italianos no reduto dos bávaros. Uma vitória à Inter.

L'efficienza italiana

Entrada personalizada dos nerazzurri no Allianz Arena. A turma de Simone Inzaghi, montada no seu 5-3-2 no momento defensivo, revelou-se um osso demasiado duro de roer para Harry Kane & companhia.

Olise foi o mais inconformado no primeiro tempo do lado bávaro. Ameaçou a área italiana logo aos seis minutos e deixou Sommer pregado ao chão quando atirou «a raspar» o poste esquerdo do guardião suíço aos sete.

@Getty /

Os comandados por Kompany controlaram a posse durante grande parte do primeiro tempo, mas a eficácia não andou de mãos dadas com os protagonistas germânicos. Olise voltou a obrigar Sommer a esticar-se todo (22') e Kane atirou ao poste (26').

Muito desperdício e do outro lado... não foi preciso muito. Voltou a dar certo uma das velhas máximas do futebol: quem não marca sofre.

Corria o minuto 38 quando Carlos Aberto foi solicitado pela esquerda, levantou a cabeça, viu o movimento de Marcus Thuram na grande área alemã e enviou-lhe o esférico. A bola saiu atrasada e o francês decidiu aconchegá-la para a chegada de Lautaro Martínez que, com toda a classe que se lhe é reconhecida, bateu na redondinha com a parte de fora do pé e enviou-a ao ângulo superior esquerdo da baliza de Urbig.

À saída para o descanso eram os italianos quem seguiam na frente do marcador.

Tinha tudo para ser um final feliz...

Os segundos 45 minutos começaram com uma entrada muito forte do Bayern. A jogar em casa e em desvantagem no marcador, os alemães meteram o pé no acelerador numa tentativa desesperada de igualar o marcador.

Mas verdade seja dita, não há equipa mais cínica que a de Simone Inzaghi no futebol europeu. No momento de defender é um bloco compacto, como se de cimento se tratasse, no momento de atacar é uma verdadeira serpente, animal que, não de forma irónica, simboliza o clube de Milão.

Kompany estava desesperado e chamou Thomas Muller à ação. Numa semana em que o experiente avançado alemão havia anunciado a despedida do clube bávaro eis que, de forma poética, foi mesmo ele a igualar o marcador.

@Getty /

Laimer encontrou Muller solto de marcação ao segundo poste, depois de um lance onde a defesa do Inter acabou por se desorganizar, e fez o 1-1. Apenas o terceiro golo sofrido pelos nerazzurri nesta edição da Liga dos Campeões, perceba-se.

O problema? Cinismo. O adepto mais inexperiente diria que o Bayern já não deixava fugir, pelo menos, o empate, mas do outro lado estava o Inter. A serpente voltou a sair da toca e feriu o gigante alemão nem três minutos depois (88').

Barella solicitou Carlos Alberto na esquerda e o lateral brasileiro cruzou de forma exemplar para a entrada de rompante de Frattesi num dos vários contra-ataques mortíferos do Inter.

Os italianos levam assim vantagem para o Giuseppe Meazza e colocam o peso da responsabilidade no conjunto bávaro.