Uma semana após Benfica e Valadares se terem defrontado em Vila Nova de Gaia, pelo campeonato, numa partida na qual as águias carimbaram o quinto título nacional consecutivo, as duas equipas reencontraram-se, desta feita no Seixal e pela primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, para se registar uma surpresa: as gaienses conseguiram travar as águias, pentacampeãs de fresco e detentoras deste troféu… e a sensação chegou a ser ainda maior.

O Benfica registou a terceira igualdade em provas nacionais na presente temporada – antes, só o Damaiense (meia-final da Supertaça, tendo depois caído nas grandes penalidades) e o Torreense (pelo campeonato) haviam conseguido travar as encarnadas, ambos por 1-1), além da única derrota até ao momento conhecida, frente ao Sporting, na final da Supertaça (2-1 para as leoas), mas perto da hora de jogo o resultado registava um inesperado 0-2 para as visitantes.

Os primeiros vinte minutos foram monótonos, por mérito do Valadares, que defendeu com organização e reduzia a fluidez de jogo benfiquista com faltas estratégicas e aos 22 minutos conseguiu adiantar-se no resultado. O jogo esteve interrompido por mais de dois minutos para análise do VAR a eventual falta de Carolina Santiago, a marcadora do golo, sobre Laís Araújo, mas o lance foi mesmo validado.

A partida conheceria uma segunda interrupção, esta ainda mais longa e por mais de seis minutos por possível expulsão de Christy Ucheibe, que acabaria por permanecer em jogo e a ser admoestada com amarelo, e mesmo antes do intervalo as encarnadas estiveram próximas de igualar através de cabeceamento de Laís Araújo ao travessão aos 45+8’.

O Valadares surpreendia e causou ainda maior furor com o segundo golo aos 47 minutos, por Erica Meg, obrigando o Benfica a reagir e tomar conta do jogo a partir daí através de pontapés de canto tensos, apontados por Anna Gasper, e assim entrou no resultado aos 57’, com a alemã quase a marcar de canto direto, fazendo a bola embater no travessão, chegando depois a Chandra Davidson e, finalmente, Ucheibe, que reduziu para a distância mínima.

O Benfica aproximava-se dos índices habituais e alcançou a igualdade dez minutos depois, num remate indefensável de fora da área de Andreia Norton, que atirou para perto do ângulo superior esquerdo, e até final as águias ainda rodearam a baliza defendida por Erin Seppi, mas sem conseguir desfazer a igualdade, que mantém tudo em aberto para a segunda mão, a disputar em Pedroso no dia 27, que decidirá quem segue para a final da prova rainha.