
William Gomes concedeu uma entrevista ao jornalista brasileiro André Hernan, na qual fala dos seus primeiros meses no FC Porto. A recuperar de lesão, o extremo considera que se adaptou bem ao estilo de jogo veloz dos azuis e brancos. «No início é sempre muito diferente. É uma cultura totalmente diferente do Brasil, mas creio que nesses dois meses estou a adaptar-me bem, a acostumar-me com muitas coisas ainda, que são coisas diferentes. Estou a gostar bastante. A velocidade do jogo aqui é completamente diferente, é um jogo mais rápido, tem uma intensidade maior. Consegui adaptar-me rápido. A qualidade do passe é muito diferente, é muito superior ao Brasil e isso deixa o jogo mais rápido», relata.
«Estamos em quarto lugar no campeonato. O objetivo que temos é a classificação para Champions», situa, apesar desse objetivo estar cada vez mais distante do horizonte do FC Porto.
«Estou com os meus pais e um amigo e os agentes vêm sempre cá, o Daniel Aquino, que é meu empresário desde os 11, 10 anos, está sempre comigo», conta o jogador, que em março completou 19 anos. Adquirido ao São Paulo em janeiro por €9 milhões, William ainda quer acertar contas com o passado. «A minha história no São Paulo ainda não acabou. Tenho muitas coisas para realizar no São Paulo, e espero um dia voltar a jogar a camisa do tricolor», declarou.
Por agora, a meta é vingar no FC Porto. O brasileiro diz ter sido recebido de braços abertos, eliminando algumas dúvidas e receios que a saída para Portugal lhe provocaram: «A dúvida sempre chega... Perguntamos o que pode acontecer, portanto, acho que a dúvida sempre existe, mas vi que era uma grande oportunidade para mim. O que disse foi: ‘Vou aproveitar essa oportunidade com os braços abertos. Sei que um dia posso voltar’. Então, fui para o FC Porto muito decidido. Sempre me falaram que as oportunidades iam chegar. Não acredito muito em promessas, sabe? Acredito, e muito, na verdade, por isso vou continuar a trabalhar para que a minha oportunidade chegue. Sempre tive isso na minha cabeça. Acho que idade, tamanho, nada disso não importa. É trabalho. Sei que tenho capacidade para chegar em lugares muito grandes.»
Entre os companheiros do FC Porto destaca dois pelas suas qualidades técnicas, mas não esquece outros com os quais tem uma ligação forte. «O Pepê, o Otávio, o guarda-redes [Diogo Costa], também. O Samu, com quem tenho uma boa relação. Ando sempre com eles. Depois há o Fábio Vieira, que está emprestado pelo Arsenal, e que, para mim, é fora da curva. Tenho uma boa relação com todo mundo. Acho que o grupo me acolheu muito bem, até me impressionei. Isso foi muito importante para mim. O Pepê também é fora da curva, ele sempre me acolheu muito bem», disse, agradecido.
O ídolo Deco e Alan Varela na equipa ideal
O brasileiro destacou um nome que ficou na história do FC Porto: Deco. «Quando estamos a chegar ao estádio, a gente passa pelo corredor e tem muitas fotos do Deco. Ele é um dos maiores jogadores da história do FC Porto», assegura.
Sempre me falaram que as oportunidades iam chegar. Não acredito muito em promessas, sabe? Acredito, e muito, na verdade, por isso vou continuar a trabalhar para que a minha oportunidade chegue
No final da entrevista foi desafiado a montar um onze com jogadores com quem se cruzou na curta carreira. Alan Varela foi o único portista eleito, além, claro, do próprio William, encostado à direita do ataque. «Alan Varela é muito bom jogador», atira. O treinador dessa equipa só podia ser um: «Dorival Júnior, claro. Foi ele que me promoveu aos profissionais, disse que me ia dar oportunidades. Foi muito verdadeiro comigo e acreditou em mim.»