Em dezembro do ano passado, Vítor Pereira concluiu a travessia de Ríade para Wolverhampton com a ambição de triunfar no futebol inglês. Nos arredores de Birmingham, encontrou um emblema sem esperança e mergulhado em maus resultados.
Duas vitórias, três empates e onze derrotas em 16 jornadas da Premier League. Um poço cujo fundo seria mesmo o da despromoção... até que chegou o treinador português.
O futebol em Terras de Sua Majestade é o sonho de qualquer treinador e Vítor Pereira não seria exceção. Em dezembro do ano passado, viu concretizada a mudança para Wolverhampton e a missão era clara e objetiva: tirar a alcateia da zona vermelha.
Foram precisos apenas quatro meses para respirar com mais alívio e ainda bater recordes no Wolves. Uma lua de mel que parece prolongar-se.
Vitórias atrás de vitórias? É história escrita
Aquando da chegada de Vítor Pereira, o Wolverhampton encontrava-se na 19ª posição da tabela da Premier League e, simultaneamente, cinco pontos abaixo da zona de manutenção.
As primeiras 16 jornadas sob o comando de Gary O’Neil viram, além de desastrosos resultados no campeonato, uma eliminação da Carabao Cup 2024/2025 frente ao Brighton & Hove Albion que deixou mossa durante um largo período.
A 19 de dezembro de 2024, um ponto de viragem. O técnico natural de Espinho deixou o Al-Shabab para ser oficializado no Wolverhampton e, desde então, traçou um caminho de reviravolta.
Desde o derradeiro mês do passado ano, a alcateia venceu oito dos 16 encontros disputados na Premier League e quatro deles de forma consecutiva - algo que nunca havia sido alcançado pelo clube na história da prova.
A vitória diante do Tottenham no último fim-de-semana colocou Vítor Pereira na história do emblema.
Dada a senda de resultados completamente antagónica à vivida na era pré-VP, o Wolves ocupa o 16º lugar da tabela classificativa, tem 14 pontos de vantagem para a zona de despromoção e respira com um alívio totalmente distinto.
A seis jornadas do final da Premier League, a alcateia onde atuam José Sá, Nélson Semedo, Toti Gomes, Carlos Forbs, Gonçalo Guedes e Rodrigo Gomes pode mesmo ambicionar lugares ligeiramente mais altos. Afinal, o próximo duelo dita um reencontro com o Manchester United de Ruben Amorim que aparece logo a três pontos de distância.
«Primeiro os pontos, depois as cervejas»
Para além da cultura desportiva implementada, Vítor Pereira também bebe da cultura local - passemos a expressão. Afinal, não só das quatro linhas de faz o futebol e o próprio português entende bem isso.
Tem sido cada vez mais recorrente, segundo relatos locais, ver o técnico luso nos vários pubs de Wolverhampton. Aliás, o mesmo tem mostrado privilegiar esse convívio com os adeptos do clube após as vitórias.
Lema? Também já existe: First the points, then the pints. Primeiro os pontos, depois as cervejas. E assim tem sido, com o largo apoio dos fãs.
A família Wolverhampton está cada vez mais unida em redor de Vítor Pereira, um homem cuja única vontade foi a de cumprir o sonho de liderar na Premier League. A manutenção está perto de ser garantida depois do inferno vivido no início da temporada.
Será que no próximo ano a alcateia pode atacar de garras ainda mais afiadas? Onde travará o recorde na Premier League?